O presidente cor de rosaO Antagonista

Em aproximadamente 3 anos de governo, Jair Bolsonaro fez poucas defesas incisivas das políticas para as mulheres. Isso mudou completamente em 2022. Agora, em ano eleitoral e precisando reverter a rejeição feminina nas pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro tem sido chamado até de “presidente cor de rosa” por suas principais auxiliares.

Em solenidade realizada há pouco no Palácio do Planalto, o governo federal anunciou várias medidas específicas para as mulheres, como uma linha de crédito para a mulher empreendedora e representantes do Poder Executivo afirmaram que, durante a gestão Bolsonaro, houve redução do número dos crimes domésticos.

“Mulher tem que ser cuidada nesse governo de forma transversal”, disse durante a solenidade, a ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. “Esse é o governo que não deixa nenhuma mulher para trás”, acrescentou a ministra.

A fala de Damares, contudo, contradiz uma decisão de Jair Bolsonaro, de outubro do ano passado, de ter vetado a distribuição de absorventes para as mulheres carentes. Projeto com custo de R$ 85 milhões.

“Quando qualquer projeto cria despesa, o parlamentar sabe que tem que apresentar a fonte de custeio. Quando não apresenta, se eu sanciono, eu estou incluso no artigo 85 da Constituição, crime de responsabilidade”, argumentou na época o presidente.

Para tentar se minar das críticas sobre o veto, Bolsonaro anunciou hoje o “Programa de Proteção da Saúde Menstrual”, que será encabeçado pelo Ministério da Saúde e também prevê a distribuição de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Ou seja, nada como um bom ano eleitoral para que certas posturas mudem completamente. Ou, pelo menos, aparentemente.