Análise: se Pedro deixa em aberto, Nilvan fecha porta para RicardoHeron Cid

Declarações e palavras, nessa fase da campanha, servem de termômetro. As reações da plateia ditam se as insinuações e recados avançam ou brecam na nascente.

Hoje, a agitada ágora política paraibana teve uma dessas amostras.

Diferente do senador Veneziano Vital (MDB), que aceitou Ricardo Coutinho (PT) como pré-candidato ao Senado, do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB), que não descartou interesse em eventual apoio ou voto do ex-governador, o radialista Nilvan Ferreira (PTB), pré-candidato ao governo, radicalizou.

Em entrevista na Hora H, programa da Rede Mais Rádio, Ferreira foi categórico, sem arrodeio, sem meio termo: “Eu não quero apoio dele (Ricardo Coutinho) nem pintado de ouro”.

E aprofundou: “Eu não vejo nenhum tipo de território para qualquer aproximação a Ricardo Coutinho. Ricardo Coutinho está em estado de putrefação moral. Pessoas morreram com os desvios da saúde e nesses desvios ele elegeu o governador que está aí. Respeito quem pensa diferente, mas esse é o meu pensamento”.

Demarcou território.

Pela manhã, em Campina Grande, durante entrevista à imprensa local, o deputado Pedro Cunha Lima, pré-candidato tucano ao Governo da Paraíba, evitou vetar Ricardo, de quem recebeu acenos em entrevista semana passada.

O repórter fez uma pergunta direta. O senhor aceitaria o apoio de Ricardo Coutinho no segundo turno? Pedro respondeu:

“A gente quer dar sequência e fortalecer nosso projeto. É claro que com Ricardo, no ponto de vista pessoal, existe uma distância maior, evidente. Mas, a gente soma esforços pra poder na política conseguir apoio daqueles que querem fortalecer a nossa candidatura. Quem estiver na oposição será bem-vindo no segundo turno ou desde já”.

A repercussão foi imediata. No fim do dia, Pedro se pronunciou nas redes sociais. Dessa vez, noutro tom:

“Sobre a suposta composição com Ricardo Coutinho, vou deixar aqui bem claro: de João Azevêdo, de Ricardo Coutinho e da Calvário quero é distância e Justiça. Dito isso, não nego o voto de ninguém”.

O zunzuzum serviu pelo menos de testagem qualitativa. No termômetro, a temperatura foi tirada.