Após partido boicotar candidatura à Presidência, Vieira deixa o CidadaniaO Antagonista

Após atritos com a cúpula do Cidadania, o senador e pré-candidato à Presidência da República Alessandro Vieira anunciou há pouco que vai deixar a sigla. Ele ainda não decidiu para qual partido irá a partir de agora.

“Um dos maiores problemas que enfrentamos no Brasil é o absoluto distanciamento entre o sentimento popular e a conduta das figuras públicas nacionais. A necessidade urgente de renovação política é apontada a cada pesquisa e eleição há anos, mas parlamentares e dirigentes partidários preferem ignorar esta realidade”, disse Vieira, em referência ao presidente do Cidadania, Roberto Freire.

“Diante do rompimento do compromisso de renovação, com alteração do Estatuto e manutenção de Roberto Freire como presidente, condição que ostentará por 34 anos, levam à conclusão de que é absolutamente inviável a minha permanência como filiado do Cidadania”, declarou o parlamentar em nota oficial.

O parlamentar tentava lançar sua candidatura à Presidência da República pelo Cidadania, mas o partido tem articulado uma federação partidária com o PSDB, o que inviabilizaria o projeto de Vieira.

Leia na íntegra a nota oficial de Alessandro Vieira:

Um dos maiores problemas que enfrentamos no Brasil é o absoluto distanciamento entre o sentimento popular e a conduta das figuras públicas nacionais. A necessidade urgente de renovação política é apontada a cada pesquisa e eleição há anos, mas parlamentares e dirigentes partidários preferem ignorar esta realidade e investir na manutenção de seus feudos e privilégios, retardando ou mesmo impedindo a formação e consolidação de novas lideranças.

A consequência primeira desta postura é o crescente descrédito da classe política, também confirmado em pesquisas, mas ainda mais grave é a lacuna de representação que se alarga a cada ano no Brasil, abrindo espaço para populistas irresponsáveis.

Ingressei no Cidadania em dezembro de 2018, em um contexto de renovação política e modernização partidária, que foi materializado no Estatuto, com vedação às reeleições infinitas e abertura para os novos movimentos sociais. A pretensão era justamente representar o anseio popular por um partido moderno e diverso.

Ao longo destes anos, tenho plena convicção de que representei este sentimento no Senado e também dentro do partido, tendo a coerência, o espírito público e a transparência como princípios norteadores do meu trabalho.

Estes mesmos princípios, diante do rompimento do compromisso de renovação, com alteração do Estatuto e manutenção de Roberto Freire como presidente, condição que ostentará por 34 anos, levam à conclusão de que é absolutamente inviável a minha permanência como filiado do Cidadania.

Manifesto publicamente meu respeito pelos filiados e parlamentares, com os quais convivi de forma muito proveitosa nos últimos anos, em particular minhas colegas de bancada Leila Barros e Eliziane Gama.

Tenho certeza de que estaremos juntos na caminhada em defesa da democracia e dos brasileiros, mesmo que em partidos políticos diferentes.

Os próximos passos serão definidos juntamente com nossos parceiros de construção política em Sergipe e em Brasília, com toda a transparência que caracteriza nosso trabalho.