As mentiras por trás da propaganda oficial do Governo; por Fabiano GomesFonte83

Em Cajazeiras a gente tem uma forma bem lúdica de tratar com os mentirosos:

“O que fulano tem mentido, macaco não pula em um ano”.

O marketing do Governo João Azevêdo tem pulado muito a verdade nos últimos meses, focado na velha estratégia de fazer o ano eleitoral “render”.

O governo que se propôs a instalar o novo recorre sem pudor à velhas práticas de ilusão do marketing e da propaganda.

E faz isso de forma tão sequiosa que acaba desmentindo a si mesmo.

Sabe quando as ideias não correspondem aos fatos?

Vamos aos fatos (os verdadeiros):

Ontem, num espaço cultural coalhado de prefeitos, com toda a pompa e circunstância, João Azevedo chamou a imprensa para anunciar a construção de 104 creches.

Veja aqui o release do governo sobre o assunto.

Aos desavisados pareceu que se tratava da entrega dos equipamentos, tão necessários para a pais e mães mais vulneráveis – e são milhares deles espalhados pelos municípios paraibanos.

Na verdade, era só a assinatura de convênios para a construção das creches.

Eram só papéis que, pelo andar da carruagem, João jamais conseguirá materializar até a abertura das urnas.

É chão até sua assinatura passar por processos de licitação e contratação de construtoras para, enfim, os canteiros de obras das creches começarem a ser montados.

Pelo tom do governador, porém, as mães já podem deixar seus meninos na creche de papel amanhã.

Pura enganação. Truque repetido à exaustão em anos eleitorais.

Ilusão maior o governo pinta em propaganda oficial que começou a circular ontem.

Nela, uma máquina administrativa dinâmica toca obras por toda a Paraíba.

Já disse que as ideias não correspondem aos fatos né?

E não correspondem mesmo.

O arco metropolitano de Campina Grande, uma das obras listadas na propaganda, aparece a todo o vapor.

Já estava assim há cinco meses, quando o governo emitiu release informando que 70 por cento do arco estava construído.

Cinco meses depois, os trinta por cento ainda rendem?

Aparentemente o que rendeu foi o orçamento da obra: no release de novembro, o governo anunciou que o arco demandou investimento de 17 milhões de reais. Na propaganda de hoje, o superfaturamento explode e atinge 31,2 milhões.

O hospital de São Bento, cujas obras o governo anunciou há um ano que estaria retomando, continua a pleno vapor na mídia oficial. O Albert Einstein que se cuide…

Um conselho aos marketeiros oficiais: se vão mesmo desengavetar velhas estratégias, que se inspirem nos cases de sucesso do passado.

Porque até pra enganar há que se ter talento.