Se no gramado do Estádio Amigão Treze e Campinense posaram juntos para a foto da partida num pedido de paz, as cenas protagonizadas por torcedores dos dois times após o jogo foram totalmente de encontro à mensagem. Pois Assim como já havia acontecido no Clássico dos Maiorais do último domingo, mais cenas de violência proporcionadas por torcedores uniformizados de Galo e Raposa foram registradas nas ruas de Campina Grande. Além disso, uma verdadeira invasão de raposeiros à arquibancada geral do Ernany Sátiro foi registrada no decorrer da partida.
No último domingo, antes de Rubro-Negros e Alvinegros entrarem em campo em partida válida pela rodada #4 do Campeonato Paraibano, cenas de atrito entre torcedores organizados já haviam sido registradas nas imediações do Parque do Povo, no Centro da cidade. As provocações aconteceram também após o fim do jogo, que terminou empatado em 0 a 0.
No jogo desta quarta-feira a tônica não foi diferente. Foram muitos os registros nos mais variados pontos da cidade da violência generalizada entre torcedores de Treze e Campinense, que arremessaram pedras e pedras uns contra os outros. Os episódios voltam a se tornar frequentes após um período de hiato entre os episódios, que macularam a imagem do maior clássico do futebol paraibano na última década.
Se após a partida o cenário foi de guerra, ainda durante o jogo foram registradas outras movimentações, estas nas dependências do Estádio Amigão. Isso porque imagens divulgadas nas redes sociais flagraram uma verdadeira invasão de torcedores supostamente organizados à arquibancada geral do estádio, onde estavam acomodados os raposeiros no Maiorais da quarta-feira.
Nas imagens ainda é possível ver que a ação da Polícia Militar, que com uso de spray de pimenta e cassetetes, buscou, sem sucesso, coibir a invasão, denominada de “hora dos miseráveis”, tradicional momento em que os torcedores que não compraram os ingressos adentram às dependências do estádio para acompanhar o restante do jogo. A prática, no entanto, já não era rotineira em Campina Grande há alguns anos.
O Jornal Paraíba entrou em contato o procurador do Ministério Público da Paraíba e membro da Comissão Estadual de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios, Valberto Lira, para saber o posicionamento do MP-PB sobre o caso. De acordo com o magistrado, uma reunião está sendo realizada com a comissão que avaliará possíveis sanções a serem aplicadas às partes envolvidas.
“A entrada dos torcedores no Amigão aconteceu na denominada “hora dos miseráveis”, ao que parece ter sido restabelecida pelo Campinense Clube, porque faz tempo que não ocorria. Estarei me reunindo com a Comissão para avaliar o caso. Sobre os episódios de violência entre torcedores, estamos no aguardo do Relatório da Polícia Militar da Paraíba para avaliarmos a situação”, pontuou.
Vale lembrar que, no último mês fevereiro, após outra confusão envolvendo membros da Torcida Facção Jovem e da Torcida Jovem do Galo, enquanto Campinense e Bahia se enfrentaram no Amigão, pela Copa do Nordeste, o MPPB recomendou à Federação Paraibana de Futebol (FPF-PB) o afastamento, por um ano, dessas agremiações dos estádios brasileiros.