Com “festão” recheado de apoios, Efraim vai ao limite da pressão por vaga de senador na chapa governistaJornal da Paraiba

O deputado federal Efraim Morais (União Brasil) escancarou, numa festa política recheada de aliados, que a pré-candidatura ao Senado vai existir dentro ou fora do governo. Existirá em qualquer cenário, segundo ele, porque foi construída ao longo de mais de um ano.

Continua afirmando que é lá, na base governista, que quer estar, mas se não estiver, já sabe pra onde ir. Espera levar, mesmo que muitos duvidem,  apoios que empenharam a palavra de estar com ele.

Fora da base, tem palanque ao lado de Pedro Cunha Lima (PSDB), pré-candidato ao governo. Pedro e seus correligionários dizem que estão de braços abertos.

Há quem diga que depois do festão de aniversário, nesta sexta-feira (18), recheada de aliados, só não vai ser candidato da chapa de oposição, se o principal adversário na disputa, Aguinaldo Ribeiro (Progressistas) desistir da disputa ao Senado.

Sem recuos, é o que resta ao governo, se quiser ficar com Efraim.

Adriano Galdino (PSB), presidente da AL da Paraíba, levou para a festa o argumento de que Aguinaldo não vai para uma disputa se houver o mínimo de risco.

O clima e os discursos da festa não deixaram dúvida que Efraim não recuará da senatória para ser um candidato a vice, por exemplo, como se desenhou.

Nem muito menos, vai indicar o pai, o secretário governista Efraim Morais, para ser vice, desistir do Senado e tentar reeleição, com a base de Aguinaldo. Afinal, a dele já foi distribuída.

Governistas como Hervázio Bezerra e Gervásio Maia (ambos do PSB) foram ao evento dar os parabéns e levaram o discurso de que todos podem estar juntos. Levaram a mensagem do governador João Azevêdo (PSB) dita no início da semana.

“São duas vagas. Um para ser governador em pouco tempo e tentar um outro mandato sentado na cadeira”, resumiu Hervázio.

Segundo ele, ainda e possível evitar o rompimento de Efraim com o governo. Basta ter consciência de que o grupo precisa estar unido e que a oposição “reza na igreja para ter um nome bom e conseguir fechar a chapa” ironizou.

Gervásio, por sua vez, nem toca na palavra rompimento, e acredita que será possível juntar todo mundo. Resiste com e a mesma tese que são duas vagas boas para dois nomes. Bastaria alguém ceder.

Efraim chegou ao limite da pressão nessa empreitada para conseguir ser o candidato ao Senado na chapa governista. Depois desta sexta, ou consegue ou rompe com o projeto de Azevêdo.

O curioso é que, no palanque, discursaram os deputados federais Wilson Santiago, Hugo Mota (ambos do Republicanos), Julian Lemos (União Brasil), os deputados estaduais Adriano Galdino (Republicanos) e Ricardo Barbosa (PSB), além do prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo. Somente Vitor e Julian não declaram apoio a João.

Também estavam presentes o federal Leonardo Gadelha (PSC), os estaduais Tovar Correia Lima e Camila Toscano (ambos do PSDB), Tarcísio Diniz, Júnior Araújo e Buba Germano (PSB) e dezenas de prefeitos e correligionários.

Alguns torcendo pelo rompimento e desembarque na pré-campanha de Pedro. Outros, ainda com esperança de ver um Efraim ou um Aguinaldo cedendo para todos estarem juntos.

Cardápio variado 

O cardápio de bebidas e comidas foi variado. Como pareceu ser as preferências dos aliados do aniversariante.

No discurso, Galdino, por exemplo, exaltou Efraim, João e rasgou elogios a Lula. Vitor Hugo usou todos os bons adjetivos para afagar o aniversariante, mas admitiu tendência de votar em Veneziano (MDB) para o governo. “Porque fez muito por Cabedelo”, afirmou.

Jullian Lemos elogiou o governador, admitiu admiração, mas afirmou, claramente, que não é da base governista. Apoia e envia recursos, principalmente da Segurança, mas não significa que votará em João.

Nas cordas

Agora, não tem muito o que fazer. Depois desse aniversário, com o lema “foguete não dá ré”, sem margem para recuo, ou João Azevêdo desiste de Efraim e o vê no palanque tucano ou “negocia” com Aguinaldo.