“Gabinete paralelo” de pastores no MEC é alvo do Tribunal de Contas da UniãoO Antagonista

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que o órgão investigue a existência de um “gabinete paralelo” de pastores que teria controle de agenda e até do orçamento do Ministério da Educação.

Na sexta-feira última, o Estadão revelou que um grupo de pastores ligados ao ministro Milton Ribeiro (foto), liderado pelos pastores Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade, facilitaram apresentaram prefeitos ao ministro e mediaram a liberação de emendas.

Eles também participaram de uma agenda para tratar da liberação de R$ 5 milhões para a construção de uma escola no interior do Maranhão.

A representação instaurada pelo Ministério Público junto ao tribunal de Contas da União tem como objetivo verificar se a preferência religiosa afetou, de alguma maneira, a execução de políticas públicas da pasta “em prejuízo aos aspectos técnicos que devem conduzir as decisões, bem assim à isonomia e aos direitos individuais daqueles que não comungam das mesmas crenças religiosas”.

“A prática do governo no sentido de conferir tratamento privilegiado aos evangélicos parece ser recorrente e sistemática”, afirma o órgão na representação.

Agora, o caso está sob a relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues.