Companheiro AlckminO Antagonista

Geraldo Alckmin (foto) vai se filiar ao PSB logo mais, em Brasília, para ser vice de Lula nas eleições de outubro. Esse movimento já era esperado nos últimos meses, mas a concretização da filiação ainda indigna alguns tucanos.

Alckmin ficou 33 anos no PSDB, partido que ajudou a fundar. Foi o político que mais governou São Paulo desde a redemocratização: 12 anos. Disputou a Presidência duas vezes.

Nos últimos meses, o ex-governador “virou petista rápido demais”, como disse a O Antagonista um presidente de importante partido.

Um tucano da executiva nacional comentou, em reservado:

“Alckmin olhou para si mesmo e foi atrás das suas conveniências, contrariando a sua história e a coerência, que sempre foi uma marca registrada dele. Ainda é inacreditável para mim.”

Nas últimas horas, em grupos de mensagens privados do PSDB, muitos têm externado “surpresa e indignação” com a notícia da filiação ao PSB.

Um deputado tucano, no entanto, ponderou com este site que Alckmin “não está mais no partido e quem decide por ele é ele mesmo”. Esse parlamentar avalia, inclusive, que, diante do atual cenário político nacional, a decisão do ex-tucano é, no entender dele, até “aceitável”.

“Só neste caso: para fazer frente a Bolsonaro. Em nenhum outro tempo isso seria admitido. Mas contra o Bolsonaro…”

Ontem, como registramos, em entrevista à Rádio Som Maior, de Criciúma (SC), Lula voltou a incensar seu agora antigo adversário. “Alckmin é uma pessoa de muita experiência política. Nós somos adversários, mas não significa que somos inimigos. Podemos restabelecer pontos de conversa, construir interesses programáticos juntos”, disse o petista.

Em Brasília, ninguém tem dúvidas de que campanhas como a de Bolsonaro vão recuperar cenas de embates entre Alckmin e Lula, na tentativa de enfraquecer a iminente aliança.