Interlocutores de Lula dizem que, caso eleito, ele deverá nomear Cristiano Zanin para uma das duas vagas que se abrirão no Supremo, com as aposentadorias de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber em 2023.
O problema é que Lewandowski tem seus próprios nomes para a cadeira que deixará em maio e, em tese, Rosa deveria ser substituída por uma mulher, para que a bancada feminina não perca representatividade na Corte.
Em relação a Rosa, começou a circular em Brasília o nome de Carol Proner, mulher de Chico Buarque, como possível sucessora. A advogada é fundadora da chamada Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), um dos tentáculos do Grupo Prerrogativas, frente jurídica do PT contra a Lava Jato.
Quem acompanha as discussões diz que Zanin não gostou da ideia, pois a nomeação de Proner reduziria suas próprias chances de chegar ao Supremo. O advogado de Lula poderia, claro, substituir Lewandowski, mas o ministro insiste em indicar três outros candidatos.
Seriam eles o ex-secretário-geral do Supremo Manoel Carlos de Almeida Neto, o ex-presidente da OAB Marcos Vinícius Coêlho e o tributarista Heleno Torres, presidente da Associação Brasileira de Direito Financeiro e integrante da comissão que vai revisar a Lei do Impeachment.
Se para os petistas Zanin deve ser recompensado pela dedicação para anular as condenações de Lula, Lewandowski foi quem viabilizou o uso das provas ilícitas, obtidas pelos hackers, pela defesa do ex-presidente.
O próprio Gilmar Mendes, que acolheu a argumentação do advogado para considerar Sergio Moro “suspeito”, naturalmente, também vai querer dar o seu pitaco na disputa. Sem contar a disputa no STJ, onde o nome de Luis Felipe Salomão também ganha força, após decisão que condenou Deltan Dallagnol no caso do PowerPoint.
Parece cedo para toda essa discussão, considerando que faltam pouco mais de 6 meses para a eleição presidencial. Na política brasileira, porém, nada acontece sem um acerto prévio nos bastidores. E nada acontece por acaso.