Família consegue falar com brasileira desaparecida na Ucrânia após 26 dias sem contatoG1 Paraíba


Gabriel Pilipenko avisou à família que conseguiu falar com a mãe, Silvana, por telefone, e que ela está tentando sair de Mariupol. Gabriel e a mãe, Silvana Pilipenko, brasileira desaparecida na Ucrânia
Arquivo Pessoal
O filho da artesã Silvana Pilipenko, que estava desaparecida na Ucrânia, conseguiu entrar em contato com a mãe por telefone. Ela não se comunicava com a família desde o dia 3 de março. A informação foi confirmada por familiares, nesta terça-feira (29), à TV Cabo Branco.
De acordo com a sobrinha de Silvana Pilipenko, Beatriz Vicente, o filho dela, Gabriel Pilipenko, avisou à família que conseguiu falar com a mãe, por telefone, e que ela, o marido e a sogra estão tentando sair de Mariupol, cidade ucraniana atacada pela Rússia, com direção a Criméia.
A sobrinha informou ainda que Gabriel disse que o sinal da ligação estava ruim e que, por isso, ele não pode estender a conversa para conseguir mais detalhes.
Gabriel é engenheiro naval na Marinha Mercante, e estava Taiwan, a trabalho, quando a guerra começou. Porém, com o sumiço da mãe, ele foi para Alemanha, tentar de alguma forma entrar na Ucrânia e assim, conseguir informações de Silvana.
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Arquivo Pessoal
Silvana Pilipenko, de 54 anos, havia falado pela última vez com a família no dia 3 de março, quando disse que a cidade estava começando a ser atacada e sofria com quedas de energia. No dia anterior, um vídeo com notícias foi enviado à família (veja abaixo).
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No vídeo, a paraibana disse que a cidade de Mariupol estava cercada e, por isso, não havia como sair de lá.
“A cidade está cercada pelas forças armadas, todas as saídas estão minadas, então é impossível tentar sair daqui nesse momento. Basicamente Mariupol faz fronteira com a Rússia, o país atacante, então não podemos seguir nessa direção. Se fôssemos para outra direção, no sentido Polônia ou Hungria, teríamos que atravessar todo território, o que não seria viável diante das circunstâncias e da distância”, explicou.
Ela também alertou que a comunicação poderia ser dificultada pela falta de energia elétrica.
Segundo a sobrinha de Silvana, Beatriz Vicente, o governo brasileiro só informa que há um grupo em um aplicativo de mensagem para que os brasileiros possam entrar em contato e, desse modo, pegar um trem para tirá-los da Ucrânia pela Polônia e, depois, pegar um voo para o Brasil. Mas os cidadãos brasileiros precisam de internet para conseguir entrar em contato. Não há uma equipe específica dentro do país para retirar os brasileiros.
O Itamaraty, por sua vez, enviou uma nota à imprensa informando que tem conhecimento do caso e que, por meio do escritório de apoio em Lviv, tem mantido contato regular com familiares de Silvana.
A nota diz ainda que organizações internacionais de apoio humanitário presentes em Mariupol já foram acionadas com vistas a tentar localizar a cidadã brasileira.