Com elogio ao golpe de 64, general assegura vaga de vice de BolsonaroBlog do Noblat

Na biologia, “evolução” é o processo de mudança e adaptação dos seres vivos às modificações ocorridas no meio ambiente com o passar do tempo. Na política, remete a uma melhora gradual de parâmetros sociais e econômicos de uma população.

O meio ambiente passou por uma brutal transformação quando os militares suprimiram a democracia em 1964 e instalaram uma ditadura que se estendeu por 21 anos. Os seres vivos foram obrigados a se adaptar. Por não conseguirem, muitos morreram.

O Congresso foi fechado, mandatos cassados, o habeas corpus cancelado, a imprensa e as artes censuradas e os direitos humanos ignorados com a adoção da tortura como política de Estado. O “milagre econômico” durou o tempo de um suspiro.

Mas hoje, quando o período das trevas é relembrado outra vez, a ditadura de 64 é saudada como “um “marco histórico da evolução política brasileira” que “respondeu aos anseios” da sociedade, deixando  um “legado de paz, de liberdade e de democracia”.

É o que diz a nota sobre o 58º aniversário do golpe assinada pelo general Walter Braga Netto, ministro da Defesa. Os anos seguintes ao golpe foram um período de “estabilização, segurança, de crescimento econômico e de amadurecimento político”.

O general aspira ao lugar de vice na chapa de Bolsonaro. Se lhe faltava alguma coisa para que fosse, não falta mais. Votos? Não tem. Mas isso pouco importa. Vale o medo que ele possa infundir no Congresso para salvar Bolsonaro de um impeachment.