Decretada prisão preventiva de mãe suspeita de tortura e morte de filho de um ano, em João PessoaG1 Paraíba


Mulher passou por audiência de custódia nesta sexta-feira. Delegado diz que viu fotos da criança morta e que encontrou “marcas sugestivas de violência”. Presídio Feminino Maria Júlia Maranhão, o Bom Pastor, em Mangabeira, Paraíba
Inaê Teles/G1
Foi decretada nesta sexta-feira (1º) a prisão preventiva da mãe da criança de um ano e três meses, morta na quinta-feira (31), em João Pessoa. A mulher passou por audiência de custódia e deve ser levada para o Presídio Feminino Júlia Maranhão. Ela havia sido autuada em flagrante por suspeita de crime de tortura resultando na morte do bebê.
De acordo com o delegado Rodolfo Santa Cruz, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil da Paraíba, existem em várias partes do corpo da criança com “marcas sugestivas de violência”.
Criança socorrida com hematomas no corpo morre no Hospital de Trauma de João Pessoa
Médicos constatam lesões, e mãe de criança de 1 ano é ouvida na Central de Polícia, em João Pessoa
O caso foi registrado na manha da quinta-feira (31). A mãe levou a criança ferida ao hospital alegando que ela tinha levado uma queda. Rapidamente, contudo, os médicos que atenderam a vítima desconfiaram da versão, devido às marcas encontradas no corpo, e chamaram a polícia. Pouco depois, a criança morreu.
O delegado Rodolfo Santa Cruz destacou ainda que na certidão de nascimento da criança consta que o seu pai é desconhecido, mas que a polícia está a procura, a princípio para prestar esclarecimentos, de um namorado da mãe da criança. Ainda assim, ele explica que a mulher morava sozinha, na companhia de três filhos (a vítima e mais dois irmãos).
Equipe médica constata lesões repetitivas
Os profissionais envolvidos no atendimento médico no Trauma perceberam supostos hematomas pelo corpo do bebê, e acionaram os policiais militares de plantão no hospital. A mãe continuou alegando que a criança sofreu uma queda.
Segundo Laércio Bragante, diretor da unidade, a criança já chegou com sinais de grave agressão e morte encefálica.
Ele afirma que, pelas lesões, não existia nenhuma indicação de procedimento cirúrgico. Apesar disso, a criança foi levada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde recebeu tratamento clínico e suporte avançado da ala de pediatria. Porém, por volta das 7h, a criança não resistiu e morreu.
O diretor afirma ainda que a criança tinha múltiplas lesões em várias parte corpo como no rosto, crânio e tórax. “Clássicas da criança agredida, da criança sacudida”, disse.
Ainda conforme o Hospital de Trauma, o corpo já foi liberado para a Gerência Executiva de Medicina e Odontologia Legal (Gemol). Os médicos constaram traumatismo craniano.
“A pior lesão foi a lesão craniana, com uma grave agressão do cérebro, um sangramento intracraniano clássico de trauma provocado, trauma repetido. Lesões com sinais mais agudos e lesões mais antigas, de dois, três, quatro dias. Tá provado que eram lesões repetitivas”, afirma o diretor.
Irmãos acolhidos
O conselheiro tutelar que acompanha o caso, Ricardson Dias, explicou nesta quinta-feira (31) que os irmãos da vítima (um menino e uma menina) foram acolhidos numa casa de permanência, por questões de segurança.
A partir de agora, o Conselho Tutelar vai buscar a família extensa da criança para saber onde as duas crianças ficarão no futuro.
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