A vida não está fácil pra ninguém. Na noite de ontem, sexta-feira, por volta das 22h30m, o jornalista Silvio Costa, editor do site Congresso em Foco, comemorava seu aniversário na companhia de dezenas de amigos quando a polícia chegou sem ser convidada.
Costa mora em um prédio do Noroeste, região administrativa de Brasília. A festa era privada. A certa altura, um dos participantes gritou “Fora Bolsonaro”. Os demais aderiram, e o coro se fez ouvir por alguns minutos, não mais do que 5 se tanto.
Foi tempo suficiente para que moradores de um prédio vizinho, alguns deles eleitores de Bolsonaro, acionassem a polícia a pretexto de que a ordem pública, àquela hora, estava sob ameaça. Policiais do 3º Batalhão Militar foram despachos para o local.
Interrompida a festa, o sargento que comandava a operação ouviu do aniversariante que “todas as pessoas têm o direito de se manifestar, independente de posição política”. A resposta foi que Costa seria levado para depor na delegacia mais próxima.
Os convivas rebelaram-se e não o deixaram ir. Uma advogada acusou os policiais de “abuso de autoridade”. Então, o aniversariante foi obrigado a assinar “um termo circunstanciado” onde se comprometeu a ir depor, hoje, na delegacia.
E sem que mais se ouvissem gritos de “Fora Bolsonaro”, a ordem pública, afinal, foi restabelecida naquele pedaço do setor Noroeste de Brasília, a poucos quilômetros de distância do Palácio da Alvorada, residência do presidente da República, de emas e antas.
Foi uma ocorrência banal, se comparada com os atos quase diários de agressão de Bolsonaro à ordem constitucional – essa, sim, gravemente ameaçada.