A deputada estadual Pollyanna Dutra tem bons motivos para fingir que a ligação do ex-presidente Lula nunca existiu.
Mas entre a vontade de não ter ouvido o que ouviu e a mentira contada depois – negando o telefonema de Lula (leia aqui) – vai uma longa distância.
A conversa foi clara, dura e sem arrodeio:
Lula pediu taxativamente para ela se afastar do governador João Azevêdo, a quem o ex-presidente chamou de traidor.
– O que ele fez com Ricardo Coutinho foi o ato mais covarde que acompanhei em toda minha vida política, disse Lula.
Lula revelou que tem recusado todas as tentativas empreendidas por João Azevêdo para marcar agenda entre eles.
Para o líder petista, o governador paraibano não merece confiança.
A conversa, testemunhada por fonte da “cozinha” de Pollyanna, foi concluída com um pedido direto:
O voto em Veneziano para governador e Ricardo para senador.
Pollyanna emudeceu por alguns segundos. E, ato contínuo, entabulou uma tentativa de desculpa:
A oposição em Pombal já estaria afinada com Veneziano e Ricardo.
Não colou.
– Então cruze os braços, querida companheira, finalizou Lula.
Pollyanna talvez não cruze os braços, mas certamente deve ter cruzado os dedos na hora em que mentiu sobre o telefonema que muda sua jornada eleitoral.