Como o governo derrotou Lira no PL das Fake NewsLauro jardim

O plenário da Câmara dos Deputados, sob a presidência de Arthur Lira (PP-AL) | Michel de Jesus/Câmara dos Deputados

Recém-empossado ministro da Secretaria de Governo, Célio Faria entrou em campo nessa quarta-feira disposto a convencer os deputados a rejeitarem a urgência para votar o projeto de lei das Fake News na Câmara. Durante a tarde, ligou para vários líderes da base do governo.  De um deles, ouviu que Arthur Lira tinha dobrado a aposta ao perceber a movimentação contrária ao projeto.

Ao líder, Lira perguntou a qual presidente ele iria servir: ao da Câmara ou ao da República. Diante da saia-justa, o parlamentar decidiu caminhar seu voto para aprovar a proposta de interesse do presidente da Câmara. Sem saída, esse líder ligou novamente para o ministro e avisou que iria se posicionar contra o governo.

Dos partidos que compõem a base aliada, o PL, qual Bolsonaro está filiado, e o PTB se posicionaram contrários a acelerar a discussão da proposta na Câmara e o PP liberou a bancada a votar como quiser. 

Mas, apesar da sinalização favorável de 13 partidos, a derrota veio no varejo. Foram 249 votos, oito a menos do que Lira precisava para dar sequência à votação do texto principal no plenário nos próximos dias. Agora, sem a urgência, o texto vai precisar passar por comissões, o que posterga a tramitação dentro do Congresso. 

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