Pedreiro sofre sem poder trabalhar depois de perder a perna após acidente em escola. Pedreiro que teve perna amputada após desabamento de construção em escola em Campina Grande reclama falta de assistência
Reprodução/TV Paraíba
Após cinco meses do acidente com o desabamento da estrutura de um ginásio que passava por reformas em uma escola no bairro do Catolé, na zona sul de Campina Grande, trabalhadores que se feriram no acidente ainda não conseguiram ser indenizados por conta do ocorrido.
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Uma dessas pessoas é José Martinho, pedreiro, que estava trabalhando na obra quando o acidente aconteceu. Martinho teve de amputar a perna direita por conta dos graves ferimentos que foram acometidos.
“Quando aconteceu, eu só vi quando tava tudo desabando, e tive que correr o mais rápido possível. Quando eu vi o encarregado caindo, em seguida cai também, mas foi muito rápido, não deu nem pra notar o que estava caindo”, disse.
O pedreiro relembra como a cena ainda permanece viva na sua mente e lamenta pela morte do companheiro de obra e outros trabalhadores que se feriram no acidente.
“Eu fico muito doído por que o encarregado morreu e infelizmente teve muitos amigos que ficaram machucados. O meu apoio que era a perna direita, para me movimentar, não tenho mais. A dificuldade é muito grande”, explicou.
José Martinho também explica que com a amputação da perna direita, ficou mais difícil se locomover e trouxe dificuldades para ele fazer atividades simples, como ficar de pé por muito tempo, algo que, com a amputação da perna, já ficou mais inviável.
“A dificuldade agora é maior. Para arrumar serviço agora é mais difícil. Quando eu fico em pé, uns dois minutos, a perna [esquerda] já não aguenta. Eu fico bambeando, e tem momento que, se alguém não me segurar, posso até cair”, relatou.
Em nota, a Secretaria de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan), responsável pela obra na escola, disse que está acompanhando o caso e que está aguardando o resultado final da perícia do acidente. A Suplan disse ainda que entrou em contato com a empresa responsável pela obra e a mesma disse que não deixou as famílias desassistidas, arcando com todas as assistências emergenciais devidas.
A diarista e esposa de José Martinho, Eliane Bento da Silva, disse que a família recebeu pouco auxílio da empresa e que estão tendo que receber doações para realizar exames, comprar medicamentos e outros utensílios de uso básico, pois desde o acidente e com a amputação da perna, José não consegue encontrar um novo emprego.
“Não deu [suporte]. Só quando ele se internou que deram uma ajuda no custo de transporte e, quando ele saiu do hospital, deram uma cesta básica e medicamento. Era uma humilhação. Exames e essas coisas a gente fez por conta própria. Estamos vivendo com ajuda de familiares. A gente fez exames, comprou medicamentos, fez exames, tudo com doação e ajuda de familiares”, comentou.
O acidente aconteceu na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Argemiro de Figueiredo, na tarde de 3 de novembro. Todas as vítimas eram trabalhadores que atuavam na obra. Os pedreiros estavam fazendo a cobertura do ginásio esportivo da escola, quando a estrutura não aguentou e desabou. A estrutura caiu em cima do mestre de obras que não resistiu e morreu ainda no local.
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