Crusoé: terrivelmente políticoO Antagonista

Em seus primeiros 100 dias como ministro do Supremo, André Mendonça (foto) se equilibra entre as diferentes alas da corte e, curiosamente, é celebrado até pela ala petista da advocacia, diz a Crusoé.

“De fato, Mendonça foi recebido pelos colegas com mais simpatia do que o outro indicado de Jair Bolsonaro, empossado há mais de um ano. ‘Os ministros respeitam mais o André’. O motivo para a diferença de tratamento talvez esteja no fato de que o ministro ‘terrivelmente evangélico’ parece, cada vez mais, um ministro ‘terrivelmente político’, que quer ficar bem com todos.”

“Logo na posse, as mulheres dele e de Ricardo Lewandowski ficaram amigas e o novato passou a interagir com mais frequência com o colega de toga que é apontado como o mais próximo de Lula dentro da corte. Outro ministro de quem Mendonça é íntimo é Dias Toffoli, em cujo estilo ele prometeu se espelhar, segundo relatos de pessoas que o ouviram às vésperas da sabatina que enfrentou no Senado, no ano passado.

Se no networking Mendonça tem se saído muito bem, nos votos e decisões ele ainda não se apresentou totalmente. Pastor, o novo ministro ainda não foi testado, por exemplo, nos julgamentos de costumes, que não devem entrar na pauta do Supremo neste ano – um caso que promete polêmica, no qual ele terá voto decisivo, é o que determinará se detentas transexuais e travestis poderão escolher entre presídios femininos e masculinos. Por ora, os sinais são dúbios, tanto nas turmas quanto nas decisões monocráticas.”

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