Até hoje, a Procuradoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro não tomou providências sobre a interceptação telefônica em que a viúva do miliciano Adriano da Nóbrega diz ter conhecimento de que a ex-mulher dele era funcionária fantasma no gabinete de Flávio Bolsonaro, diz o UOL.
A gravação de Júlia foi anexada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro ao processo em maio do ano passado. O caso foi revelado pela Folha. O material também já foi compartilhado com as defesas dos acusados.
O MP-RJ mostrou que, além de ser companheira de Adriano, Júlia tinha participação ativa nos negócios da quadrilha supostamente comandada por ele, participando inclusive da divisão de seu espólio após ele ser morto em um sítio no interior da Bahia durante operação policial.
Na gravação, Júlia diz: “Ela [Danielle] foi nomeada por 11 anos. Onze anos levando dinheiro, R$ 10 mil por mês para o bolso dela. E agora ela não quer que ninguém fale no nome dela? […] Bateram na casa dela porque a funcionária fantasma era ela, não era eu”.
No ano passado, o STJ anulou as provas da investigação sobre o esquema de rachadinha no gabinete de Flávio.
A PGJ do Rio também não tomou providências sobre os áudios da fisiculturista Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Jair Bolsonaro. Ela admitiu que, quando constava como funcionária de Flávio, em 2018, entregava R$ 7.000 todos os meses a Guilherme Hudson, seu tio e coronel da reserva do Exército.