Senadores da oposição traçam ofensiva para criar CPI do MECLauro jardim

Plenário do Senado | Waldemir Barreto/Agência Senado

Para evitar que o pedido de abertura de uma CPI para apurar a existência de um “balcão de negócios” no MEC seja engavetada devido à ausência de assinaturas necessárias, senadores da oposição farão uma ofensiva para pressionar os colegas a endossar o requerimento. A estratégia será buscar apoio de parlamentares com histórico em avalizar comissões investigativas na Casa.

Na lista de parlamentares que serão procurados esta semana está José Serra, que apoiou a CPI da Pandemia, Marcelo Castro, que preside a Comissão de Educação; Otto Alencar, que teve atuação relevante na CPI da Pandemia, além de outros senadores do PSD, partido que ocupa a segunda maior bancada do Senado (com 11 titulares) após as movimentações de filiação da janela partidária.

Autor do pedido de abertura da CPI, Randolfe Rodrigues tem feito publicações nas redes sociais chamando a população a pressionar os parlamentares nas suas bases eleitorais a endossarem o documento para criarem a comissão de investigação das denúncias no MEC. Na sexta, Rodrigues anunciou ter conseguido as 27 assinaturas, mas perdeu três delas no final de semana.

Renan Calheiros, que relatou a CPI da Pandemia, também atua para convencer os colegas a apoiar a instalação da comissão. Na avaliação do emedebista, ainda há muitos senadores que possam contribuir com a CPI, inclusive no PSD de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Renan diz:

– Só Omar Aziz (presidente da CPI da Pandemia) assinou no PSD. E o PSD é o partido que deve indicar o relator ou a vice presidência da comissão porque é a maior bancada juntamente com o MDB.

Pacheco tem demonstrado resistência em criar a CPI em ano eleitoral. Na quinta, o presidente do Senado disse que deixará para decidir sobre o tema quando ele “existir”, já que naquele momento não havia quórum suficiente para a instalação. Pacheco também alegou ser necessário, além das assinaturas, ter um “fato determinado” para a criação do colegiado.

A resistência pela criação de CPIs em ano eleitoral se dá pelo receio de os trabalhos serem usados como palanque político da oposição.

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