Poder judiciário | Arquivo Google
O isolamento social por causa da Covid-19, entre 2020 e 2022, fez com que as sessões e audiências remotas, por meio de ferramentas virtuais, fossem adotadas por 97% da magistratura brasileira. É o que indicam dados inéditos do Centro de Pesquisas Judiciais da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) junto a 1,8 mil juízes, desembargadores e ministros, entre fevereiro e março deste ano, a respeito da utilização de novas tecnologias pelo Judiciário no país.
O levantamento indica que a pandemia acelerou de maneira expressiva a modernização de ferramentas adotadas pelos tribunais. No caso dos encontros remotos em juízo, 79% dos magistrados afirmaram à pesquisa que só passaram a adotá-los por causa da crise sanitária — houve recomendação do CNJ neste sentido. Outros 18% informaram que já vinham realizando sessões desse tipo anteriormente. Somente 3% disseram que não o fizeram até aqui.
A classe demonstrou ainda que concorda com a continuidade do modelo virtual para quase todos os tipos de procedimento jurídico, incluindo oitivas de testemunhas, depoimentos das partes, tentativas de acordo e até audiências de custódia. A exceção é o tribunal do júri: 59% dos magistrados discordam que eles possam acontecer remotamente. Somente 24% admitem o modelo virtual nesses casos.