Rio de Janeiro (RJ), 22/02/2023 - Agçomerado de casas das favelas do Complexo do Alemão, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Brasília – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) definiu que a Campanha da Fraternidade de 2026 terá como foco o direito à moradia e a preservação da “casa comum”. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da entidade, Dom Paulo Jackson, que classificou a situação habitacional do país como um problema em contínuo agravamento.

De acordo com o bispo, a escolha do tema não se limita à falta de teto ou à construção de unidades habitacionais. “A reflexão proposta para o próximo ciclo quaresmal ultrapassa a ideia de casa”, declarou. Segundo ele, o objetivo é promover uma discussão ampla sobre condições dignas de vida, infraestrutura adequada e respeito ao ambiente em que as pessoas habitam.

Dom Paulo Jackson destacou que o quadro atual exige urgência. Embora não tenham sido apresentados números no anúncio, o secretário-geral sublinhou que indicadores sociais mostram piora no déficit habitacional e nos impactos ambientais ligados ao uso do solo urbano e rural. “Voltamos a um assunto que, longe de apresentar avanços, revela agravamento”, resumiu.

A CNBB pretende estimular comunidades católicas em todo o país a debater o tema durante a Quaresma de 2026, período tradicionalmente dedicado à Campanha da Fraternidade. A expectativa da entidade é que paróquias, pastorais e movimentos sociais organizem reflexões, rodas de conversa, mutirões solidários e ações de conscientização ao longo das cinco semanas que antecedem a Páscoa.

Além de levantar a discussão em âmbito religioso, Dom Paulo Jackson observou que a iniciativa busca dialogar com autoridades públicas e com a sociedade civil na formulação de políticas que garantam moradia digna e proteção ao meio ambiente. Para o secretário-geral, a combinação entre déficit habitacional, degradação urbana e crise climática torna a pauta ainda mais necessária.

Os materiais de apoio — cartaz, texto-base e subsídios que orientarão as atividades nos 27 regionais da CNBB — serão divulgados ao longo de 2025. A entidade informou que, até lá, manterá encontros preparatórios a fim de alinhar propostas de ação e mobilizar agentes de pastoral em todo o território nacional.

Com a definição do tema, a CNBB reforça a tradição de colocar questões sociais no centro da vivência quaresmal, estimulando fiéis e instituições a buscar soluções concretas para desafios coletivos. A Campanha da Fraternidade 2026 será oficialmente aberta na Quarta-feira de Cinzas daquele ano.

Com informações de Paraibaonline