Brasília (DF), 03/11/2023, Prédio do Instituto Nacional do Seguro Social. Edfício sede do INSS. Fachada do INSS. Setor de autarquia sul Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Uma divergência interna no Poder Executivo ameaça a principal promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área social: eliminar a fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O impasse, travado nos bastidores entre o INSS e o Ministério da Previdência Social, ocorre justamente no momento em que o número de requerimentos pendentes atingiu o nível mais alto já registrado.

Dados oficiais apontam que, em outubro, 2,86 milhões de solicitações aguardavam análise. O volume, considerado recorde, amplia o temor de que a fila encoste em nova marca histórica caso não haja uma resposta rápida do governo. A campanha eleitoral que levou Lula de volta ao Palácio do Planalto incluiu a promessa de zerar essa espera, transformando o tema em vitrine prioritária do terceiro mandato.

Apesar do discurso público afinado, setores do governo relatam clima de tensão entre o comando do INSS e a pasta da Previdência. A falta de consenso sobre a melhor estratégia para acelerar a liberação dos benefícios, segundo interlocutores, tem travado decisões administrativas e dificultado o avanço de medidas que poderiam reduzir o estoque de processos parados.

O cenário de indefinição se agrava porque, além dos pedidos que entraram no sistema e ainda não foram analisados, novos requerimentos continuam chegando diariamente às agências, por telefone ou pelo aplicativo “Meu INSS”. Especialistas em gestão pública lembram que a fila engloba aposentadorias, pensões e auxílios diversos e, por isso, impacta diretamente milhões de famílias que dependem dessa renda.

Enquanto o Planalto monitora a situação, técnicos alertam que o aumento no ritmo de concessões precisa ocorrer sem comprometer a segurança das análises. Qualquer erro na concessão ou no indeferimento de benefícios pode resultar em judicializações, abrindo nova frente de disputa e pressionando ainda mais a Previdência pública.

Por ora, a orientação é apaziguar os ânimos entre os dois órgãos e alinhar procedimentos internos. Integrantes da equipe econômica ressaltam que o sucesso dessa agenda é fundamental não apenas para cumprir promessa de campanha, mas também para reforçar a credibilidade do governo na condução das políticas sociais.

Sem definição, a fila de 2,86 milhões de processos segue como símbolo do desafio que Lula assumiu em praça pública e que, agora, depende da superação das divergências dentro do próprio Executivo para sair do papel.

Com informações de Paraibaonline