O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), contestou nesta segunda-feira (8) as declarações do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), sobre suposta “pressão” exercida pelo Executivo estadual para influenciar o deputado estadual Felipe Leitão (Republicanos). O gestor estadual negou qualquer tentativa de “comprar consciência” por meio de cargos e afirmou que o preenchimento de funções de confiança leva em conta alinhamento político e administrativo.
“Cada um fala o que quer. Quando houve a demissão de todas as pessoas ligadas ao PP na Prefeitura de João Pessoa, e também de integrantes do Solidariedade que foram exonerados, será que essas nomeações anteriores ocorreram porque ele [Cícero] comprou a consciência dessas pessoas?”, ironizou Azevêdo, durante agenda oficial em João Pessoa.
Segundo o governador, a construção de uma equipe passa, necessariamente, pelo apoio de aliados. “Gestão se faz com aliado. Você vai nomear adversário? Essas pessoas mudam o discurso conforme o interesse”, declarou, reforçando que considera natural indicar colaboradores que compartilhem do projeto político em execução no Estado.
Acusações do prefeito
Na última sexta-feira (5), Cícero Lucena, que se apresenta como pré-candidato ao Governo da Paraíba, afirmou que João Azevêdo estaria ofertando cargos a pessoas ligadas ao deputado Felipe Leitão, sem anuência do parlamentar, como forma de atraí-lo para a base governista. O prefeito relatou ter conversado com o deputado “ontem à noite” e disse que Leitão “está recebendo pressão muito grande” do governo.
“Eles nos mandam pessoas sem que ele [Leitão] tenha indicado, sem que ele queira, até porque ele pediu esses cargos há mais de um ano. O governo engavetou e agora quer comprar a consciência de Felipe”, acusou o gestor municipal.
Lucena também destacou que Leitão lhe apresentou atos de nomeação supostamente retidos pelo Executivo estadual e liberados apenas agora, em meio ao período pré-eleitoral. Para o prefeito, a movimentação demonstra tentativa de enfraquecer seu grupo político na capital.
Contexto político
O embate ocorre em meio à articulação de pré-candidaturas para as eleições de 2026. Cícero Lucena pretende disputar o Palácio da Redenção, enquanto João Azevêdo, em segundo mandato, trabalha para fortalecer sua base na Assembleia Legislativa e manter apoio na Câmara Municipal da capital.
Embora as trocas de acusações sejam frequentes entre aliados que se afastam, João Azevêdo reiterou que continuará realizando nomeações de pessoas que compartilhem das metas administrativas do Estado. “Gestão se faz com aliado”, repetiu.
Até o momento, o deputado Felipe Leitão não se pronunciou publicamente sobre as declarações de ambas as partes.
Com informações de Maispb



