Campina Grande (PB) – Familiares e amigos de José Valdir de Melo, 51 anos, e do filho dele, Jaílson Pereira da Silva Melo, 27, fecharam parte da BR-104 na manhã desta segunda-feira, 8 de dezembro, para exigir celeridade nas investigações sobre o acidente que matou os dois em 22 de novembro, no mesmo trecho da rodovia.

O grupo interrompeu o fluxo da pista principal e de vias marginais por alguns minutos, exibindo faixas com pedidos de justiça. A manifestação foi encerrada após um motorista tentar avançar contra os participantes. Três viaturas da Polícia Militar acompanharam a ação e dispersaram o tumulto. Nem a Polícia Rodoviária Federal nem o Corpo de Bombeiros chegaram a tempo de dar apoio.

Família não considera o caso um acidente comum

Francisco Melo, irmão de José Valdir, afirmou que a ausência de respostas aumenta a sensação de impunidade. “Não foi um acidente de trânsito, foi um homicídio. Precisamos que tudo seja esclarecido”, declarou. Vandeilson Melo, outro filho de Valdir e irmão de Jaílson, reforçou a cobrança: “O que queremos é resposta das autoridades para que esse crime não fique impune. Há muitas pontas soltas”. Até o momento, a Polícia Civil informou que não há novidades, mas que as diligências continuam.

Acidente ocorreu no dia do casamento

Jaílson iria se casar na tarde de 22 de novembro. Pela manhã, ele saiu de moto com o pai para buscar salgados da festa e, no retorno ao complexo habitacional Aluízio Campos, ambos foram atingidos. Testemunhas relataram que um carro em alta velocidade prensou a motocicleta contra outro veículo, arremessando pai e filho e causando morte imediata. Após a colisão, o motorista responsável fugiu sem prestar socorro e ainda atingiu o automóvel que seguia à frente. Um dos padrinhos, José Júnior, disse ter ficado em choque ao receber a notícia poucas horas antes da cerimônia.

Suspeito de 75 anos se apresentou dias depois

Em 25 de novembro, um idoso de 75 anos compareceu espontaneamente à Delegacia de Polícia Civil em Campina Grande e prestou depoimento como suspeito de ter provocado a colisão. Segundo a delegada Suelane Guimarães, o homem alegou ter passado mal ao volante, perdido o controle do carro e não recordar o impacto. Ele informou que viajava com duas passageiras rumo a Queimadas e que, após o episódio, recebeu carona de um motociclista até Alcantil, onde foi atendido em um posto de saúde por suspeita de infarto leve.

No depoimento, o motorista apresentou resultado de eletrocardiograma que será periciado. Ele negou ingestão de bebida alcoólica e apresentou Carteira Nacional de Habilitação válida. Liberado após ser ouvido, responderá em liberdade enquanto a polícia aguarda laudos da Polícia Rodoviária Federal e do Instituto de Polícia Científica da Paraíba para definir a causa do acidente.

A família das vítimas promete manter mobilização até que o inquérito seja concluído e eventuais responsabilizações sejam encaminhadas à Justiça.

Com informações de G1