O governador João Azevêdo (PSB) reagiu nesta segunda-feira (8), durante compromisso no Sertão da Paraíba, às críticas feitas pelo prefeito de João Pessoa e pré-candidato ao Governo do Estado, Cícero Lucena (MDB). O gestor da capital afirmou que o Palácio da Redenção estaria tentando “comprar o apoio” do deputado estadual Felipe Leitão (Republicanos) ao nomear aliados do parlamentar para cargos estratégicos na cidade de Bayeux.

Questionado sobre a acusação, Azevêdo classificou o argumento como “incoerente” e reforçou que a formação de equipe administrativa ocorre, tradicionalmente, com pessoas politicamente alinhadas ao projeto governamental. “Gestão se faz com aliados. Você nomeia aliados… vai nomear adversários? Cada um muda o discurso conforme o interesse”, declarou o governador, ironizando a fala do prefeito.

O líder do Executivo estadual também mencionou que Cícero Lucena, à frente da Prefeitura de João Pessoa, já exonerou integrantes de legendas como PP e Solidariedade, sugerindo que a prática de substituir cargos na administração faz parte da dinâmica política.

Nomeações em Bayeux

A controvérsia ganhou força na semana passada, quando o Diário Oficial do Estado trouxe a nomeação de pessoas próximas a Felipe Leitão para postos na gestão da cidade de Bayeux. A movimentação foi interpretada nos bastidores como uma tentativa de aproximar o deputado do grupo governista de olho no pleito de 2026.

Cícero Lucena, ao comentar o episódio, argumentou que as indicações atribuídas ao parlamentar não são recentes. Segundo ele, os nomes estavam “engavetados” e só foram efetivados agora, o que, em sua avaliação, demonstraria intenção de interferência política por parte do governo estadual.

Felipe Leitão, apontado como pivô da discussão, não se manifestou publicamente até o momento sobre as nomeações ou sobre a hipótese de alinhar-se ao projeto de reeleição de João Azevêdo. Nos bastidores, aliados comentam que o deputado mantém diálogo com diversos grupos, mas ainda não definiu seu rumo eleitoral.

Apesar da troca de farpas, Azevêdo reiterou que a escolha de colaboradores segue critérios de confiança e afinidade, negando qualquer tipo de “negociação de consciência” para ampliar sua base. “Administro paraibanos, não adversários”, enfatizou o governador, reforçando que seguirá priorizando a presença de aliados na estrutura governamental.

No momento, o foco do Governo do Estado permanece voltado às agendas no interior, enquanto a Prefeitura de João Pessoa dá sequência aos preparativos políticos para a disputa de 2026. Nos próximos meses, novas movimentações devem indicar se o atrito evoluirá para um rompimento definitivo ou se o diálogo permanecerá aberto entre as lideranças.

Com informações de Polemicaparaiba