O ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD) informou nesta terça-feira (data do anúncio) que não participará de nenhuma disputa eleitoral em 2026. Segundo o próprio, a decisão foi motivada pelo desejo de dedicar-se à carreira acadêmica, pondo fim à pré-candidatura mantida formalmente até agora.
Com a retirada, cresce a possibilidade de a família Cunha Lima ficar fora da corrida majoritária paraibana pela primeira vez em 35 anos. Desde 1990, o sobrenome participa ativamente das eleições estaduais, ocupando cargos ou liderando chapas em praticamente todos os pleitos.
Sequência ininterrupta desde 1990
O ciclo teve início quando Ronaldo Cunha Lima foi eleito governador da Paraíba em 1990. Quatro anos depois, o político conquistou uma cadeira no Senado. Em 1998, o grupo não conseguiu lançar candidato à majoritária devido ao controle do MDB pelo então governador José Maranhão; ainda assim, a convenção emedebista virou o principal embate político daquele ano.
Em 2002, Cássio Cunha Lima, filho de Ronaldo, venceu a eleição para o governo estadual e foi reeleito em 2006. Na sequência, elegeu-se senador em 2010 e participou das disputas de 2014 e 2018, sem êxito. Já em 2022, Pedro entrou na corrida pelo Palácio da Redenção e obteve mais de 1,1 milhão de votos, terminando em segundo lugar.
Futuro incerto para 2026
Até o anúncio desta terça, Pedro era considerado a principal opção da família para o pleito de 2026. Outras alternativas enfrentam obstáculos: o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (UB), lida com desgaste administrativo, enquanto Cássio tem reiterado que seguirá afastado de novas disputas. Há ainda o ex-vice-prefeito campinense Ronaldo Filho, mas sem o mesmo capital político.
Ao comunicar a decisão, Pedro ressaltou que não abandonará completamente a vida pública. Seu apoio é cortejado pelo prefeito da capital, Cícero Lucena (MDB), e pelo senador Efraim Filho (UB), ambos já lançados como pré-candidatos de oposição.
Para analistas locais, a ausência de um Cunha Lima na chapa majoritária deixaria um espaço inédito no tabuleiro político paraibano, encerrando um período de três décadas e meia de presença constante da família. Nos bastidores, o entendimento é que, na política, “não existe espaço vazio”; a lacuna, se confirmada, rapidamente será ocupada por outras lideranças.
Com informações de Jornaldaparaiba



