O ex-governador da Paraíba e pré-candidato a deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, Ricardo Coutinho, voltou a defender publicamente sua inocência nas investigações da Operação Calvário. Em entrevista concedida à Rede Diário do Sertão, o político classificou como “violência terrível” o tratamento aplicado à ex-secretária estadual de Administração, Livânia Farias, presa em 2019 durante o desdobramento da operação.
A Operação Calvário foi deflagrada pelo Ministério Público da Paraíba para apurar um suposto esquema de desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato por meio de contratos entre o Governo do Estado e organizações sociais responsáveis pela gestão de hospitais. As apurações tiveram como foco principal o período do governo de Ricardo Coutinho.
Prisão de Livânia Farias
Em 16 de março de 2019, Livânia Farias foi detida em João Pessoa logo após retornar de Belo Horizonte. A ordem de prisão preventiva partiu do desembargador Ricardo Vital de Almeida, que também determinou o sequestro de dois bens da ex-secretária: um veículo de luxo e uma residência avaliada em R$ 400 mil, localizada em Sousa, no Sertão paraibano.
O Grupo de Atuação Especial de Combate à Corrupção (Gaeco) acusou Livânia de receber propina. A defesa negou as acusações, e em abril do mesmo ano a juíza Andréa Gonçalves Lopes Lins converteu a prisão em medidas cautelares. Segundo Coutinho, o episódio deixou marcas profundas. “Foi uma violência terrível”, afirmou, embora diga não manter mais qualquer relação com a antiga colaboradora.
Passagem de Coutinho pela prisão
Ricardo Coutinho também relembrou sua própria detenção. Ele foi preso preventivamente em 19 de dezembro de 2019, no aeroporto de Natal (RN), ao desembarcar de viagem à Europa. A ação ocorreu na sétima fase da Operação Calvário. Apenas dois dias depois, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu liberdade mediante uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições. Em agosto de 2020, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a retirada do dispositivo de monitoramento.
Defesa da própria conduta
Durante a entrevista, o ex-governador enfatizou não haver provas de enriquecimento ilícito ou direcionamento de licitações em sua gestão. “Cadê meu enriquecimento ilícito? Cadê o superfaturamento? Não tem, não existe”, declarou. Coutinho disse repetir o mesmo argumento “há seis longos anos” e garantiu manter a cabeça erguida por acreditar ter agido sempre “da melhor forma” em benefício da população paraibana.
Com a agenda de pré-candidato à Câmara Federal, Ricardo Coutinho segue sustentando a tese de inocência e reiterando críticas aos métodos empregados pela investigação. Ele classificou a condução do processo como rigorosa em excesso, especialmente no caso de Livânia Farias, cuja detenção considerou traumática.
Com informações de Diariodosertao



