O empurrão que resultou na morte do cearense Cícero Jorge Pereira Silva, de 49 anos, em Itaporanga, no Vale do Piancó, Sertão paraibano, passou a ser investigado pela Polícia Civil sob a ótica de homicídio culposo ou lesão corporal seguida de morte. A informação foi confirmada pelo delegado Ilamilto Simplício, titular da 17ª Delegacia Seccional, nesta quinta-feira (11).

Cícero, natural de Mauriti (CE), estava internado na UTI do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande desde 30 de novembro, quando sofreu traumatismo craniano ao cair e bater a cabeça no asfalto depois de ser empurrado por um jovem de 23 anos. Apesar de uma discreta melhora neurológica observada pela equipe médica na última terça-feira (9), o quadro evoluiu para óbito nesta quinta.

Reclassificação do crime

De acordo com Simplício, a morte da vítima altera o enquadramento jurídico do caso. “Com o falecimento confirmado pelo Hospital de Trauma, o fato deixa de ser apenas agressão e passa a ser analisado como homicídio culposo ou lesão corporal seguida de morte. A definição dependerá dos laudos periciais”, explicou o delegado.

Os exames solicitados pela Polícia Civil devem apontar a causa exata do traumatismo e esclarecer detalhes que influenciarão na conclusão do inquérito. “Vamos aguardar os laudos, ouvir novamente testemunhas, incluir eventuais medidas cautelares contra o investigado e, ao final, elaborar o relatório”, acrescentou Simplício.

Como ocorreu a agressão

Imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que Cícero se aproximava da porta de um bar no Centro de Itaporanga. O autor da agressão, que manuseava um telefone celular, empurrou a vítima, que caiu de costas e sofreu o ferimento na cabeça. O vídeo não revela se houve discussão prévia entre os dois.

Clientes que estavam no estabelecimento acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) imediatamente. A vítima foi levada para o hospital regional e, em seguida, transferida para Campina Grande, onde permaneceu em coma até a morte.

Situação do suspeito

O jovem responsável pelo empurrão compareceu espontaneamente à delegacia, acompanhado por um advogado. Ele prestou depoimento e foi liberado, permanecendo à disposição da Justiça enquanto prosseguem as investigações.

Com a morte confirmada, a Polícia Civil poderá representar por medidas cautelares, como eventual pedido de prisão preventiva, dependendo dos elementos que surgirem no inquérito. Até o momento, não há informações sobre antecedentes criminais do suspeito.





A expectativa é de que o laudo cadavérico e o resultado da perícia nas imagens sejam concluídos nos próximos dias, permitindo ao delegado definir o indiciamento e encaminhar o caso ao Ministério Público.

Com informações de Diariodosertao