Moradores de Lastro, no Sertão da Paraíba, bloquearam a rodovia PB-383 na manhã de segunda-feira (15) para exigir da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) o restabelecimento do fornecimento em várias comunidades rurais. O ato ocorreu poucas horas depois de uma operação policial que investigou furtos de água na adutora que liga os municípios de Uiraúna e São Francisco.
Em entrevista ao programa “Olho Vivo”, da Rede Diário do Sertão, o gerente regional da Cagepa no Rio do Peixe, Basílio Pedrosa, afirmou que o abastecimento foi comprometido porque pessoas dessas mesmas localidades desviavam água tratada de forma clandestina. Segundo ele, a companhia não atende diretamente as áreas que iniciaram o protesto, mas constatou ligações irregulares no trecho da adutora e já houve prisão de suspeitos.
“Estavam desviando a ponto de não chegar água na cidade de Lastro, no distrito de São Pedro e também em São Francisco. A Cagepa, juntamente com os órgãos judiciais, denunciou o fato. Georreferenciamos os pontos, encaminhamos à Polícia Civil, e a operação está sendo realizada com sucesso”, declarou Pedrosa.
De acordo com o gerente, o desvio afetava o fornecimento legal de famílias devidamente cadastradas na companhia e colocava em risco o funcionamento de escolas e unidades de saúde. Ele relatou ainda que foram encontrados pequenos barreiros sendo abastecidos com a água retirada ilegalmente da adutora. “Ficaríamos com a culpa de prevaricação se não autuássemos”, justificou.
Os moradores que fecharam a PB-383 alegam que a suspensão coletiva prejudica famílias sem qualquer envolvimento nas irregularidades e que dependem do serviço para atividades básicas. Eles consideram a medida injusta e pedem providências imediatas.
Na semana anterior ao protesto, o prefeito Ronaldo Gonçalves informou ter reforçado o abastecimento por meio de carros-pipa e protocolado na Cagepa um projeto de implantação de uma nova adutora, orçado em mais de R$ 500 mil.
Até o momento, a Cagepa não divulgou quando o fornecimento regular será normalizado nas comunidades afetadas.
Com informações de Diariodosertao



