Brasília (DF), 22/02/2024, Fachada do Prédio da Polícia Federal em Brasília. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, declarou nesta segunda-feira (15) que a corporação não leva em conta o peso ou a influência de agentes públicos ao apurar eventuais desvios ligados a emendas parlamentares. Segundo ele, a atuação da instituição se mantém focada exclusivamente nos indícios de irregularidade, sem considerar a “estatura política de quem quer que seja”.

A declaração foi feita ao comentar os desdobramentos da Operação Transparência, deflagrada para investigar possíveis fraudes na destinação de verbas oriundas de emendas. Rodrigues ressaltou que a PF pretende rastrear “todos os elos” envolvidos no esquema suspeito, da origem dos recursos até o destino final, passando por intermediários e eventuais beneficiários.

“Vamos com serenidade, seriedade e responsabilidade apurar todos os fatos”, afirmou o diretor-geral. Ele frisou que o trabalho seguirá o rito normal dos inquéritos federais, com coleta de provas, oitivas de envolvidos e análise de documentos, a fim de confirmar ou descartar ilícitos.

Rodrigues também enfatizou a importância de separar as investigações criminais de disputas partidárias. Para ele, a PF deve atuar de forma técnica e imparcial, garantindo que o resultado dos procedimentos seja respaldado por evidências concretas. “Não haverá distinção de tratamento”, reforçou.

Sem mencionar nomes ou siglas, o diretor lembrou que a Polícia Federal possui autonomia funcional para conduzir operações de combate à corrupção, seja ela praticada por agentes de menor expressão ou por figuras públicas que ocupem cargos de destaque no cenário nacional. “A lei vale para todos”, resumiu.

A Operação Transparência, citada por Rodrigues, envolve o rastreamento de recursos repassados por meio de emendas parlamentares, instrumento que permite a deputados e senadores direcionar verbas do Orçamento da União para obras, serviços ou entidades específicas. As suspeitas investigadas incluem superfaturamento, direcionamento de licitações e pagamentos relativos a serviços não executados.

De acordo com o diretor-geral, as próximas etapas da investigação incluem perícias em contratos, análise de relatórios financeiros e possíveis quebras de sigilo, sempre mediante autorização judicial. Ele acrescentou que os resultados só serão divulgados quando não houver risco de comprometer as diligências em curso.

Com a posição reiterada de que “ninguém está acima da lei”, Rodrigues encerrou dizendo que a PF continuará a atuar de forma transparente e dentro dos prazos legais, prestando contas ao Ministério Público e ao Judiciário sempre que solicitada.

Com informações de Paraibaonline