Na penúltima semana completa de negociações de 2025, o mercado financeiro brasileiro registrou movimentos opostos entre ações e câmbio. A desaceleração da atividade econômica divulgada pelo Banco Central impulsionou os papéis negociados na B3 nesta segunda-feira, 19 de dezembro, fazendo o índice Ibovespa superar a marca de 162 mil pontos. Já o dólar comercial encerrou o dia em alta, pressionado principalmente pelo envio de remessas ao exterior típico do fim de ano.
O Ibovespa avançou 1,07% e encerrou aos 162.482 pontos, recuperando parte das perdas acumuladas desde o início do mês. O forte desempenho ocorreu durante toda a sessão, refletindo a leitura de que o esfriamento da economia pode acelerar a redução dos juros básicos já na reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Mais cedo, o Banco Central informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) recuou 0,2% em outubro. Para investidores, o dado fortalece a expectativa de cortes na taxa Selic ainda no primeiro mês de 2026, estimulando a migração de recursos da renda fixa para a renda variável.
Ainda assim, o patamar atual fica abaixo do recorde histórico registrado em 4 de dezembro, quando o principal indicador da Bolsa atingiu 164.485 pontos. Na sessão seguinte, o índice desabou 4,31% após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciar a intenção de concorrer à Presidência da República em 2026.
No mercado de câmbio, o dólar comercial foi vendido a R$ 5,423, alta de R$ 0,012 (+0,23%). A moeda norte-americana chegou a atingir R$ 5,38 por volta das 10h, mas inverteu o movimento durante a tarde e encerrou próxima da máxima do dia. Apesar da valorização desta segunda, o dólar acumula ganho de 1,63% em dezembro e recua 12,25% no ano.
Segundo operadores, a pressão cambial vem de fatores internos e externos. No Brasil, filiais de empresas estrangeiras intensificam o envio de lucros para suas matrizes no exterior típico do encerramento de balanços, aumentando a demanda por divisas. No cenário internacional, a queda dos preços do petróleo prejudicou o desempenho de moedas de economias emergentes, colaborando para o fortalecimento da divisa norte-americana.
Analistas reforçam que, caso o Copom realmente antecipe o ciclo de afrouxamento monetário, novos ajustes de portfólio podem sustentar o movimento de alta das ações, embora a incerteza política siga como fator de volatilidade.
Com informações de Agência Brasil



