Um homem de 50 anos está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande, Agreste da Paraíba, com suspeita de raiva humana. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o paciente foi mordido por um sagui no mês de setembro, quando tentava alimentar o animal, mas não procurou assistência médica na ocasião.
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde do município, Miguel Dantas, o quadro clínico e o histórico epidemiológico indicam fortemente infecção por raiva, ainda que o diagnóstico laboratorial definitivo esteja em curso. “O paciente não buscou o serviço de saúde após a mordida. Esse é o principal erro em casos de exposição a animais silvestres”, destacou o gestor.
Situação clínica
Os primeiros sintomas apareceram em 10 de dezembro. Três dias depois, em 13 de dezembro, o homem deu entrada em uma unidade hospitalar com agitação mental e física, confusão, alteração de nível de consciência, aerofobia, falta de ar e queda na oxigenação. A piora do quadro resultou na transferência para a UTI do HUAC na segunda-feira, 15 de dezembro, onde permanece sob ventilação mecânica invasiva e sedação profunda.
Atualmente, o paciente apresenta instabilidade neurológica e pressão arterial oscilante, sendo acompanhado por infectologistas, clínicos e equipe multiprofissional em regime de monitorização contínua.
Alerta nacional
Miguel Dantas informou que o caso já foi comunicado ao Ministério da Saúde, que acompanha a evolução e deve encaminhar medicamentos específicos para o tratamento. A suspeita de raiva humana acende alerta de saúde pública porque a doença possui alto índice de letalidade e casos em humanos são raros no país.
Medidas de vigilância
Após a notificação, a Diretoria de Vigilância em Saúde e o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) iniciaram ações ambientais e epidemiológicas. As equipes trabalham para identificar o local provável de infecção e verificar se outras pessoas podem ter sido expostas ao mesmo animal ou a situações de risco semelhantes.
A orientação das autoridades é procurar imediatamente o serviço de saúde sempre que ocorrer mordida, arranhadura ou contato de mucosa com saliva de animais, especialmente silvestres ou não vacinados. O tratamento pós-exposição inclui a aplicação de soro antirrábico e a vacinação, medidas que precisam ser adotadas o quanto antes.
Até o momento, não há registro do sagui envolvido na ocorrência, o que impossibilita avaliação veterinária do animal. A Secretaria de Saúde reforça que alimentar ou manipular fauna silvestre é prática perigosa e proibida, pois aumenta o risco de transmissão de zoonoses.
O paciente segue em estado grave e sem previsão de alta, enquanto a confirmação laboratorial da doença é aguardada.
Com informações de G1



