A Polícia Civil da Paraíba identificou que um grupo investigado pela Operação Colheita realizou transações financeiras que somam aproximadamente R$ 65 milhões ao longo de apenas um ano. De acordo com os investigadores, há indícios de que os valores tenham como origem o tráfico de drogas, atividade que sustentaria o esquema criminoso.

Segundo a corporação, a quadrilha estruturou uma rede de empresas de fachada para ocultar a movimentação de recursos. Pessoas usadas como “laranjas” figuravam formalmente como sócias ou responsáveis por esses estabelecimentos, o que permitia mascarar a verdadeira procedência do dinheiro e dificultava o rastreamento pelos órgãos de controle.

O levantamento preliminar mostra que parte do montante era destinado a companhias registradas fora do estado, estratégia considerada pelos investigadores como tentativa de pulverizar os valores e driblar a fiscalização. A Polícia Civil informou que o método incluía a abertura de contas em nome das empresas fictícias, pelas quais eram feitos depósitos e transferências que simulavam operações legítimas do setor privado.

A Operação Colheita teve início após o surgimento de movimentações financeiras incompatíveis com o perfil econômico dos suspeitos. Ao longo da apuração, foram reunidos documentos bancários, recibos e dados fiscais que, na avaliação da polícia, reforçam o elo entre a quadrilha e a comercialização de entorpecentes.

Os investigadores também identificaram que os “laranjas” recebiam vantagens para emprestar seus nomes aos empreendimentos inexistentes. Em troca, assumiam formalmente a titularidade das contas bancárias usadas no esquema. Essa prática, conforme a Polícia Civil, foi decisiva para que a rede criminosa movimentasse cifras elevadas sem chamar atenção imediata.

Com o avanço das diligências, a expectativa da polícia é aprofundar a análise das transações para individualizar a participação de cada suspeito e rastrear o destino final do dinheiro. As investigações seguem em curso, e outras medidas judiciais, como quebras de sigilo bancário, não estão descartadas.

Até o momento, não foram divulgadas informações sobre prisões ou apreensões de bens relacionados ao caso. A Polícia Civil afirma que novas etapas da Operação Colheita serão executadas conforme o inquérito evoluir.

Com informações de Paraibaonline