Estudantes do curso de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) recriaram, nesta sexta-feira (3), o julgamento do frei José de Jesus Cristo Maria Lopes, acusado de matar Tereza na Fonte dos Milagres, em João Pessoa, em 31 de julho de 1801. No júri simulado, o religioso foi sentenciado a 20 anos de prisão.

Sessão no Tribunal de Justiça

A atividade ocorreu na antiga sala do Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). A sessão foi aberta pelo desembargador João Benedito da Silva, que representou o presidente do TJPB, desembargador Fred Coutinho, e o presidente da Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário estadual, desembargador Onaldo Queiroga.

Segundo o magistrado, a iniciativa aproxima o Poder Judiciário dos futuros profissionais do Direito e contribui para desmistificar a ideia de que o tribunal é distante da população.

Participação acadêmica

Cerca de 80 alunos do primeiro período, matriculados na disciplina História do Direito e Antropologia Jurídica, organizaram o julgamento. A professora Giórggia Petrucci informou que a prática oferece aos calouros a primeira experiência com a dinâmica de um Tribunal do Júri.

Para a estudante Sofia Vasconcelos, o exercício é “gratificante” por permitir contato direto com o funcionamento de um júri popular logo no início do curso.

Júri simulado da UFPB condena frei acusado de assassinato em 1801 a 20 anos de prisão - Imagem do artigo original

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O crime

À época, o frei vivia no Convento de Santo Antônio. De acordo com os registros históricos, ele e dois cúmplices atraíram Tereza à Fonte dos Milagres, onde a agrediram com pauladas e a empalaram diante da filha de 7 anos. O religioso alegou que a vítima era sua amante e que agiu em legítima defesa da honra, argumento comumente aceito no século XIX.

Em 1801, o frade franciscano foi julgado apenas por um tribunal eclesiástico, que determinou prisão perpétua em uma cela de convento na Bahia.

Com informações de paraiba.com.br