A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (19) a operação Galho Fraco, criada para aprofundar a apuração de um suposto esquema de desvio de recursos públicos oriundos das cotas parlamentares da Câmara dos Deputados. De acordo com a corporação, a ofensiva tem como alvos os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), atual líder da bancada do Partido Liberal na Casa, e Carlos Jordy (PL-RJ). Ambos são objeto de mandados de busca e apreensão.
As ordens judiciais, expedidas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), abrangem o Distrito Federal e o estado do Rio de Janeiro. Ao todo, agentes federais cumprem sete mandados de busca e apreensão, distribuídos entre endereços ligados aos parlamentares e a pessoas supostamente envolvidas no esquema.
Desvios e ocultação de verba pública
Dados preliminares reunidos pela investigação apontam que agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de maneira coordenada para desviar valores do orçamento público destinados ao custeio das atividades parlamentares. Após a apropriação dos recursos, o grupo teria empregado artifícios diversos para ocultar a origem ilícita do dinheiro, prática que caracteriza suspeita de lavagem de dinheiro.
Além da lavagem, a PF apura indícios dos crimes de peculato e de organização criminosa, crimes previstos no Código Penal e na Lei 12.850/2013, respectivamente. As investigações indicam que parte dos recursos desviados pode ter sido canalizada para o pagamento de despesas particulares, em desacordo com os objetivos da cota parlamentar.
Relação com a operação Rent a Car
A operação Galho Fraco é classificada pela Polícia Federal como um desdobramento da operação Rent a Car, lançada em dezembro do ano passado. Na ocasião, a PF investigava suspeitas de superfaturamento e contratação irregular de empresas de locação de veículos por gabinetes parlamentares, o que teria causado prejuízo aos cofres públicos. A nova etapa busca rastrear o destino dos valores e identificar responsáveis pela eventual ocultação de patrimônio.
Até o momento, não há confirmação de prisões. O material apreendido nesta sexta-feira passará por perícia e análise para subsidiar os próximos passos do inquérito. Por se tratar de investigação envolvendo parlamentares com foro privilegiado, eventuais pedidos de novas medidas cautelares ou denúncias serão submetidos ao crivo do Supremo Tribunal Federal.
Procurados, os deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy ainda não se manifestaram publicamente sobre a operação. A assessoria da Polícia Federal informou que outras informações permanecerão sob sigilo para não comprometer o andamento das investigações.
Com informações de Polemicaparaiba




