Duas enfermeiras contratadas pela Prefeitura de Jacaraú, no Litoral Norte da Paraíba, foram exoneradas um dia depois de aparecerem em uma fotografia feita enquanto prestavam socorro a vítimas de um acidente de trânsito que resultou em morte. O episódio ocorreu na terça-feira, 16, em uma rodovia nas proximidades do município.
Segundo a diretora da Unidade de Saúde Dara Ribeiro, Simone Teixeira, as profissionais estavam de plantão no posto e foram deslocadas para o local de uma colisão entre uma motocicleta e um automóvel. O impacto deixou um homem morto e outro ferido. Durante a espera pela chegada da Polícia Militar, as servidoras posaram para a imagem que mais tarde circulou em redes sociais.
De acordo com o advogado Flauberthy Almeida, que representa as duas mulheres, a foto foi registrada por outro funcionário da prefeitura e compartilhada em um grupo de aplicativo de mensagens sem autorização das enfermeiras. O autor da postagem teria justificado que a imagem seria utilizada apenas para “arquivos internos”.
A exoneração foi oficializada na quarta-feira, 17, e divulgada pela administração municipal em nota publicada nas redes sociais. No comunicado, o governo local declarou que “não compactua com condutas que contrariem princípios de ética profissional, respeito e cuidado humanizado no serviço público”. Os nomes das profissionais não foram divulgados pela prefeitura.
Em manifestação pública, a defesa sustentou que a fotografia não expôs pacientes nem interferiu no atendimento e acusou a gestão de ter aplicado a punição sem abrir procedimento administrativo, violando o direito ao contraditório e à ampla defesa. Ainda segundo o advogado, qualquer análise sobre infração ética caberia exclusivamente ao Conselho de Enfermagem.
A nota acrescenta que medidas judiciais estão em curso “para restabelecer a verdade dos fatos e resguardar os direitos das envolvidas, que sempre exerceram suas funções com responsabilidade e compromisso com a vida”.
Na sexta-feira, 19, o Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB) declarou não ter recebido comunicação oficial sobre o caso. O órgão informou considerar imprescindível a abertura de processo administrativo para apurar se houve falha na assistência e verificar se o estatuto dos servidores prevê sanção para o ato. Para o conselho, a demissão “não se mostra razoável nem proporcional” diante das informações disponíveis.
Com informações de Jornaldaparaiba



