A Petrobras e a Braskem anunciaram, na noite de quinta-feira (18), a renovação de contratos de fornecimento de matéria-prima que totalizam US$ 17,8 bilhões, equivalente a R$ 98,5 bilhões. Os novos acordos, comunicados simultaneamente pelas companhias a seus investidores, têm prazos que se estendem por até 11 anos e substituem contratos que estavam próximos do vencimento.
Nafta petroquímica
O principal contrato prevê a venda de nafta petroquímica destinada às unidades da Braskem em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul. O acerto estabelece retirada mensal mínima, com possibilidade de volumes adicionais negociados mês a mês. A quantidade pode atingir 4,116 milhões de toneladas em 2026 e 4,316 milhões em 2030. O valor estimado desse fornecimento é de US$ 11,3 bilhões, com vigência de cinco anos a partir de 1.º de janeiro de 2026.
Etano, propano e hidrogênio
Outro contrato disciplina o fornecimento de etano, propano e hidrogênio à planta da Braskem no Rio de Janeiro. Entre 2026 e 2028, permanecerá o volume atual de 580 mil toneladas anuais em eteno equivalente, produzido na Refinaria Duque de Caxias (Reduc). De 2029 a 2036, o montante sobe para 725 mil toneladas anuais, contemplando a ampliação da petroquímica, ainda em fase de projeto. O fornecimento ocorrerá a partir da Reduc e/ou do Complexo Boaventura (antigo Comperj). O valor estimado do contrato é de US$ 5,6 bilhões, com validade de 11 anos a partir de 2026.
Propeno
O terceiro acordo trata da venda de propeno gerado nas refinarias Reduc (RJ), Capuava (SP) e Alberto Pasqualini (RS). Em Capuava, foram contratadas até 140 mil toneladas anuais; na Reduc, 100 mil toneladas. Na unidade gaúcha, o volume será escalonado: 14 mil toneladas no primeiro ano, seguidas de 24 mil, 36 mil, 48 mil e 60 mil toneladas nos anos subsequentes. A comercialização está avaliada em US$ 940 milhões e vigorará por cinco anos a partir de 18 de maio de 2026.
Participação acionária e possível mudança de controle
Além de fornecedora, a Petrobras detém 47 % das ações com direito a voto da Braskem. A participação majoritária pertence à Novonor (antiga Odebrecht), em recuperação judicial. Na segunda-feira (15), a Braskem informou que a Novonor firmou exclusividade com o fundo Shine, assessorado pela IG4 Capital, para negociar a transferência de 50,111 % das ações votantes em troca da assunção de dívidas.
Diante da tratativa, a Petrobras declarou que acompanha a operação e pode exercer dois direitos previstos em acordo de acionistas: preferência de compra ou tag along, que lhe permite vender sua fatia ao novo controlador nas mesmas condições. A estatal também sinalizou a possibilidade de manter a posição atual. A presidente da companhia, Magda Chambriard, já manifestou publicamente confiança no potencial da Braskem.
Todos os valores dos contratos foram definidos com base em referências internacionais de mercado.
Com informações de Agência Brasil



