O advogado Helder Moreira Abrantes de Carvalho, 41 anos, concedeu entrevista ao programa Interview Personalidades e relatou a transição de “desconhecido” a prefeito de Sousa, município do Sertão paraibano. Empossado em 2025, o gestor afirmou que a experiência de oito anos como chefe de gabinete do ex-prefeito Fábio Tyrone foi decisiva para assumir o comando da cidade.

“Universidade de prefeito”

Carvalho afirmou que a chefia de gabinete funcionou como um “para-choque” da administração e uma verdadeira “universidade”. Segundo ele, o período permitiu conhecer gargalos, identificar servidores engajados e avaliar setores que precisavam de ajustes. Esse diagnóstico, disse, fortaleceu sua indicação como candidato governista nas eleições de 2024.

Definindo-se como político de centro e crítico a radicalismos, o prefeito assegurou que permanece “com os pés no chão” e rejeita vaidades do cargo. “Eu não me sinto melhor que ninguém”, declarou. Apesar do preparo técnico, reconheceu que gerir o município é “muito mais complexo”, mas confia na autenticidade como principal ferramenta de liderança.

Impacto da morte da mãe

A entrevista ganhou tom emocional quando Carvalho recordou o falecimento da mãe, Jacinta, em maio de 2023, vítima de câncer, às vésperas da campanha. O prefeito disse ter recebido do leito hospitalar a orientação “que seja feita a vontade de Deus e não dos homens” e relatou sentir acolhimento popular durante a corrida eleitoral. Ele afirmou ainda acreditar em “sinais” da mãe, citando episódio em que uma moradora relatou sonho no qual Jacinta indicava que procurasse o então chefe de gabinete para ajudar na autorização de uma cirurgia.

Descrença interna e fidelidade ao grupo

Embora fosse aliado fiel de Tyrone, Carvalho revelou que parte da base não enxergava nele o sucessor ideal, apontando ausência de patrimônio financeiro robusto e “vitrine política familiar”. Ele relembrou ter votado em todos os candidatos do grupo e questionou a resistência: “Por que não ser votado agora?”. Segundo o prefeito, os resultados iniciais de sua gestão amenizaram as dúvidas.

Relações políticas

Ao comentar adversários, Carvalho evitou mencionar nomes, mas admitiu que há um político local com quem não pretende dialogar por se sentir desrespeitado. Disse ter preferido que as urnas respondessem aos ataques dirigidos a ele e à família. Quanto a Tyrone, hoje pré-candidato a deputado federal, definiu-o como “irmão” e negou qualquer interferência do ex-gestor na atual administração.

Quem ele “abraçaria”

No quadro final da entrevista, o prefeito listou personalidades a quem daria um abraço: o adversário eleitoral Gilberto Gomes Sarmento, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente Lula, o secretário estadual Lindolfo Pires, além de Tyrone, o vereador Aldeone Abrantes, a ex-vereadora Lana Dantas, o governador João Azevêdo, o ex-governador Cássio Cunha Lima e o vice-governador Lucas Ribeiro.





No encerramento, Carvalho disse manter-se “intacto na essência” e almeja concluir o mandato com a sensação de dever cumprido: “Quero sair pela porta que entrei, de cabeça erguida, mostrando que, na simplicidade, pude contribuir com minha cidade”.

Com informações de Diariodosertao