O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, não reúne condições físicas nem emocionais para cumprir pena em um presídio comum.

Durante entrevista, Dirceu avaliou como “muito improvável” a possibilidade de Bolsonaro ser enviado a unidades como o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. “Acho muito improvável que se possa colocar presos vulneráveis no sistema penitenciário, que é controlado pelo crime organizado. As condições são péssimas”, declarou.

O ex-ministro argumentou que o estado de saúde e o perfil psicológico do ex-chefe do Executivo inviabilizam a permanência em cadeia convencional. “Me parece que ele é uma pessoa psicossomática, muito instável, sem autocontrole”, disse Dirceu.

Para embasar sua defesa de prisão domiciliar, o petista comparou a situação de Bolsonaro ao caso do ex-presidente Fernando Collor, condenado por corrupção e atualmente em regime domiciliar. Ele lembrou, no entanto, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpriu pena em uma cela da Polícia Federal. “Não foi assim com o presidente Lula, né? Ele foi preso. É verdade que era uma prisão da Polícia Federal”, pontuou.

Dirceu também criticou parlamentares que pedem redução das penas aplicadas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. “Esses que estão falando em diminuir as penas agora, nos últimos dez anos aumentaram as penas para tudo no Brasil, sem condições do sistema penitenciário receber esses presos”, afirmou.

Na mesma entrevista, o ex-ministro mencionou sua convivência com Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Ele classificou Valdemar como “o político mais hábil da direita”, lembrando que ambos foram aliados na eleição de Lula em 2002 e compartilharam cela durante o processo do mensalão.

Dirceu anunciou ainda a intenção de disputar, em 2026, pela quarta vez, uma vaga de deputado federal por São Paulo. Segundo ele, a candidatura atende a um pedido direto de Lula e representa uma reparação pelas prisões que considera injustas nos casos do mensalão e da Operação Lava Jato.

Com informações de Polêmica Paraíba