O Ministério da Saúde iniciou, nesta sexta-feira (10), a distribuição de 1,5 mil das 2,5 mil ampolas de fomepizol adquiridas para o tratamento de intoxicações por metanol no Sistema Único de Saúde (SUS). A Paraíba receberá 28 unidades do medicamento, suficiente para atender pacientes em situação de emergência enquanto um óbito suspeito é investigado no estado.

Considerado raro pela baixa produção mundial, o fomepizol foi comprado pela pasta a uma subsidiária de uma empresa japonesa oito dias após o ministro Alexandre Padilha acionar o Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A aquisição é inédita no país.

Distribuição prioritária

Além da Paraíba, outros dez estados que registraram ocorrências suspeitas também recebem o antídoto nesta etapa:

  • São Paulo – 288 ampolas
  • Pernambuco – 68
  • Paraná – 84
  • Rio de Janeiro – 120
  • Rio Grande do Sul – 80
  • Mato Grosso do Sul – 20
  • Piauí – 24
  • Espírito Santo – 28
  • Goiás – 52
  • Acre – 16
  • Rondônia – 16

As demais unidades da federação receberão lotes em seguida. Mil ampolas permanecem no estoque estratégico do Ministério da Saúde para atendimento emergencial.

Cenário nacional de intoxicações

Até 8 de outubro, o país contabilizava 259 notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Destas, 24 foram confirmadas e 235 seguem em análise laboratorial.

Os casos confirmados concentram-se em três estados: São Paulo (20), Paraná (3) e Rio Grande do Sul (1). Entre as suspeitas em investigação, São Paulo lidera com 181 registros, seguido por Pernambuco (24). A Paraíba possui um caso sob análise.

Foram confirmados cinco óbitos em São Paulo. Outros 11 estão sob apuração: um em Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco, seis em São Paulo e um na Paraíba.

Medicação complementar ao etanol

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, o SUS já disponibiliza etanol para tratamento de intoxicação por metanol em todo o país. O fomepizol chega como segunda opção terapêutica. “Todos os estados terão acesso às duas alternativas”, afirmou.

O quantitativo destinado a cada estado foi calculado com base na população do último Censo do IBGE. As Secretarias Estaduais de Saúde poderão solicitar novas remessas conforme a evolução dos casos.

Com informações de Diário do Sertão