Brasília, 13 out 2025 – O Banco Central (BC) aprovou nesta segunda-feira (13) um aumento de capital de R$ 840 milhões em empresas controladas pelo grupo Banco Master, apenas um mês depois de ter negado a aquisição do conglomerado pelo Banco de Brasília (BRB).

Distribuição dos recursos

Do total autorizado, R$ 420 milhões serão destinados ao Banco Master Múltiplo. Outros R$ 419 milhões irão para a Will Financeira (Will Bank), braço digital do grupo. Com os aportes, o capital social do Banco Master sobe para R$ 1,586 bilhão, enquanto o da Will Financeira alcança R$ 789 milhões.

Negócio vetado

Em 4 de setembro, o BC rejeitou a proposta do BRB para comprar 58% do capital do Banco Master, operação estimada em R$ 2 bilhões. O plano envolvia a aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais. A decisão foi tomada após análise regulatória e manifestação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apontou irregularidades processuais.

Contexto de controvérsia

O Banco Master vinha sendo alvo de investigações do MPDFT e do Ministério Público Federal (MPF) por adotar captação considerada agressiva, oferecendo remuneração de até 140% do CDI lastreada em ativos de maior risco, como precatórios. Essas práticas motivaram ajustes regulatórios do Conselho Monetário Nacional (CMN) e discussões sobre proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Em agosto, o CMN estabeleceu novos limites de alavancagem e aumentou as contribuições de instituições com perfil mais arriscado; as regras passam a vigorar em junho de 2026.

Série de reforços patrimoniais

Os R$ 840 milhões aprovados agora somam-se a dois aumentos de capital de R$ 1 bilhão cada um realizados ao longo de 2025, elevando para R$ 2,84 bilhões o montante injetado no grupo neste ano. Paralelamente, o Will Bank permanece listado como ativo à venda.

Apesar do veto ao negócio com o BRB, a nova autorização do BC sinaliza que o conglomerado pode seguir operando, desde que mantenha reforço de capital próprio e cumpra regras prudenciais mais rígidas.

Com informações de Agência Brasil