Silvana Pilipen é casada e mora em Mariupol, que está sendo bombardeada. Nesta terça-feira (15), o conselho municipal informou que dois mil carros particulares conseguiram deixar a cidade. Apesar disso, a família da artesã segue sem notícias dela. Paraibana Silvana Pilipen, que mora na Ucrânia, está sem fazer contato com a família do Brasil desde o dia 2 de março
Beatriz Vicente/Arquivo pessoal
A família da paraibana Silvana Pilipen está procurando a artesã que mora em Mariupol, na Ucrânia. O último contato foi no dia 3 de março, quando ela disse que a cidade estava começando a ser atacada e sofria com queda de energia. Desde então, a família não tem mais contato com ela.
O g1 tentou entrar em contato com o Itamaraty, mas os telefonemas não foram atendidos e o e-mail não foi respondido.
Silvana é casada há 26 anos com o ucraniano Vassili Pilipen, capitão da marinha mercante. Eles se conheceram em uma festa em Santos, em São Paulo, e depois de dois meses se casaram na Paraíba.
Em um vídeo enviado há duas semanas, segundo os parentes, Silvana explicou que a família não tinha como deixar a cidade. Ela estava abrigada no apartamento da sogra junto com o marido. Explicou que a cidade faz fronteira com a Rússia e não dá para sair por lá. A outra opção é atravessar todo o território do país para sair por outra fronteira, mas essa opção não era viável.
Ela também relatou dificuldade em conseguir comida, de se locomover, falta de táxi e de internet. A comunicação dela com a família estava sendo apenas através de dados móveis e a artesã chegou a avisar que poderia perder o contato com os parentes do Brasil a qualquer momento.
Apesar disso, Silvana se comunicava todos os dias até 3 de março. Na ocasião, chegou a ligar para a família e, depois, não fez mais nenhum contato, nem comunicou se iria ficar sem internet.
Maripuol tem cerca de 400 mil habitantes. Na semana passada, uma tentativa de evacuar a população civil fracassou devido aos constantes bombardeios russos, mas, nesta terça-feira (15), o conselho municipal informou que dois mil carros particulares conseguiram deixar a cidade.
Segundo a sobrinha de Silvana, Maria Beatriz, o governo brasileiro só informa que tem um grupo em um aplicativo de mensagem para que os brasileiros possam entrar em contato e assim pegar um trem para tirá-los da Ucrânia pela Polônia e depois pegar um voo para o Brasil, porém os cidadãos brasileiros precisam de internet para entrar em contato. Não tem equipe específica dentro do país para retirar os brasileiros
A família acompanha grupos internacionais em busca de informações sobre bombardeios na rua em que ela estava, mas não conseguiu obter informações sobre Silvana.
A mãe de Silvana, Dona Antônia, tem esperanças de encontrar a filha: “Se ela tivesse morrido ela tinha vindo me dá um aviso, ela tinha vindo me dá um abraço”.
Os familiares também entraram em contato com a embaixada do Brasil e com a Frente Brazuca para pedir notícias, mas também não obteve sucesso.
Ainda conforme a família, o filho de Silvana está a trabalho em Taiwan e tentará entrar na Ucrânia em breve para procurar por notícias da mãe.
Mariupol
Mais de 2.500 moradores da cidade portuária do Mar Negro de Mariupol, na Ucrânia, foram mortos desde que a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro. A informação é do conselheiro presidencial Oleksiy Arestovych numa entrevista televisionada na segunda-feira (14).
Mariupol está sob cerco do exército russo desde o dia 28 de fevereiro, sem fornecimento de água, energia e gás para aquecimento.
Ela é uma cidade estratégica porque, ao ser dominada, quebra-se o fornecimento de provisões do exterior para a Ucrânia via mar.
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