Rio de Janeiro – A Eletrobras informou nesta quarta-feira (15) que fechou acordo para vender 100% da participação que detinha na Eletronuclear à Âmbar Energia, empresa do Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Segundo fato relevante encaminhado ao mercado, a Âmbar pagará R$ 535 milhões pelas ações e assumirá garantias concedidas pela Eletrobras em favor da Eletronuclear, além da integralização de debêntures junto à União no valor de R$ 2,4 bilhões.
Com a operação, a Âmbar passará a controlar 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear. A conclusão da transação depende da aprovação de órgãos reguladores.
Operadora de Angra
Estatal vinculada à Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), a Eletronuclear administra o Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense. O governo mantém 64,7% do capital votante e 32% do capital total da companhia.
A empresa opera as usinas Angra 1, com 640 MW de potência instalada, e Angra 2, com 1.350 MW, além do projeto Angra 3, previsto para 1.405 MW, cuja construção está paralisada há quatro décadas. Juntas, as três unidades podem atingir 3.400 MW, energia suficiente para abastecer mais de 10 milhões de pessoas.
Estratégia do comprador
A Âmbar Energia integra o portfólio do Grupo J&F, que também controla JBS, PicPay e Eldorado Brasil. A companhia atua na geração, distribuição e comercialização de eletricidade, com 39 usinas que abrangem matrizes como solar, hídrica, biomassa, biogás e gás natural.
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Para o presidente da Âmbar, Marcelo Zanatta, a aquisição reforça a estratégia de diversificar fontes de energia em meio à transição para uma economia de baixo carbono. Ele destacou que a Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões em 2024.
Foco da Eletrobras
Maior geradora de eletricidade do país, com 22% da capacidade instalada nacional, a Eletrobras foi privatizada em 2022. Desde 2023, a companhia negociava a venda da participação na Eletronuclear, assessorada pelo banco BTG Pactual. No balanço do segundo trimestre de 2025, esse investimento estava avaliado em R$ 7,8 bilhões.
Em comunicado, a Eletrobras afirmou que a transação é “um marco importante” e faz parte do plano estratégico de otimizar portfólio, simplificar a estrutura societária e focar na geração de valor para acionistas.
Com informações de Agência Brasil



