O Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) abriu investigação para verificar indícios de um esquema de “rachadinha” na Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) de Pitimbu, no Litoral Sul paraibano. A iniciativa foi formalizada em 1º de outubro de 2025 e ficou sob a responsabilidade da promotora Erika Bueno Muzzi.
O procedimento, que trata de possível prática de corrupção ativa, tramita em caráter sigiloso. A medida busca preservar documentos e depoimentos que, segundo a denúncia recebida pelo portal ClickPB, apontam a participação direta do secretário municipal da pasta, Edgar Marcílio Dantas de Souza.
A denúncia sustenta que o titular da Semob teria criado um esquema para cobrar propina de servidores em troca do abono de faltas e da dispens a de comparecimento a plantões. O valor arrecadado mensalmente configuraria a chamada “rachadinha”.
De acordo com o relato encaminhado ao MPPB, o secretário estaria pressionando funcionários que não integram o suposto esquema e tentando eliminar provas. Entre as supostas manobras estão o ocultamento de folhas de ponto e a orientação para que servidores favoráveis ao esquema permaneçam em silêncio.
Informações preliminares apontam que, ao menos, seis pessoas estariam envolvidas. Há registros de trabalhadores que constavam como presentes em escala de plantão, mas se encontravam em viagem durante o expediente. Um deles teria estado na Suíça e na Espanha, enquanto outro viajou para São Paulo, mesmo com os pontos assinados como se estivessem atuando normalmente.
O denunciante relatou ainda que perseguições internas ocorreriam contra quem se negasse a participar do esquema. A prática incluiria ameaças de transferência de setor ou corte de gratificações.
Sob o aspecto legal, o inquérito do Ministério Público deverá apurar possível violação aos princípios da administração pública, como moralidade e legalidade, além de eventual dano ao erário.
Até o momento, a Prefeitura de Pitimbu não apresentou posicionamento oficial. A equipe de reportagem do ClickPB informou ter procurado a assessoria de comunicação do município, que não respondeu até a última atualização desta matéria.
Não há prazo divulgado para conclusão da investigação. Caso os indícios sejam confirmados, o Ministério Público poderá oferecer denúncia à Justiça ou firmar acordo de não persecução penal, a depender das provas coletadas ao longo do procedimento.
Com informações de Clickpb



