Quase um terço da população feminina global – o equivalente a 840 milhões de pessoas – já passou por algum episódio de violência doméstica ou sexual ao longo da vida, aponta levantamento divulgado nesta quarta-feira (19) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o relatório, o índice permanece praticamente inalterado desde o ano 2000, sinalizando que os esforços internacionais para reduzir esse tipo de agressão não conseguiram alterar de forma significativa a prevalência do problema nas últimas duas décadas.
Estabilidade preocupante
A OMS observa que a taxa global verificada no início do século permanece praticamente a mesma: quase uma em cada três mulheres relatam ter sofrido agressões físicas, psicológicas ou sexuais em ambiente doméstico ou situações externas. Embora diferentes governos tenham adotado políticas de combate à violência de gênero nesse período, os números atuais indicam que a incidência continuou alta e estável.
Dados recentes
O relatório também traz estatísticas relativas aos 12 meses que antecederam a publicação. Nesse intervalo, 316 milhões de mulheres foram vítimas de violência doméstica ou sexual em todo o planeta. Os números confirmam a permanência de um cenário de risco generalizado para mulheres de todas as idades, nacionalidades e contextos socioeconômicos.
Definições adotadas
Para a OMS, a violência considerada no estudo abrange agressões físicas e sexuais cometidas por parceiros íntimos, bem como atos de natureza sexual praticados por terceiros. A classificação segue padrões internacionais já adotados em relatórios anteriores da organização, permitindo a comparação de dados ao longo do tempo.
Escala global
Com 840 milhões de mulheres afetadas ao longo da vida, o fenômeno representa, segundo a OMS, um desafio sanitário e social global. O número elevado reforça a necessidade de ações coordenadas entre países, embora o documento não detalhe medidas específicas.
Panorama de duas décadas
Desde 2000, diferentes organismos internacionais têm destacado a violência contra a mulher como uma das violações de direitos humanos mais persistentes, mas, de acordo com o levantamento apresentado, não houve redução estatística consistente na quantidade de vítimas. A manutenção dos índices em patamares elevados indica que, apesar de mudanças legislativas e campanhas de conscientização, a violência permanece arraigada em diversos contextos culturais e familiares.
A OMS encerra o relatório ressaltando a urgência de manter o tema como prioridade nas agendas governamentais e multilaterais, dada a dimensão do problema evidenciada pelos 840 milhões de casos contabilizados ao redor do mundo.
Com informações de Paraibaonline



