O comércio da região metropolitana de São Paulo deixou de faturar aproximadamente R$ 51,7 milhões por causa da interrupção no fornecimento de energia elétrica registrada na quarta-feira (10). O cálculo, feito pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), leva em conta o volume de vendas normalmente movimentado em um dia na capital e no entorno.
De acordo com a Enel, concessionária responsável pelo serviço na Grande São Paulo, mais de dois milhões de unidades consumidoras ficaram sem luz depois que ventos fortes atingiram o estado. O fenômeno climático foi provocado por um ciclone formado no litoral paulista.
Impacto direto nas vendas
Segundo o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, a perda de receita está ligada, principalmente, à redução de compras imediatas e de aquisições por impulso, comuns em estabelecimentos físicos. Ele ressalta que o levantamento dos prejuízos é complexo, pois os efeitos do ciclone não se distribuíram de maneira homogênea pela cidade e diversas áreas ainda aguardavam o restabelecimento total da energia até esta quinta-feira (11).
A falta de eletricidade também afetou maquinários, sistemas de pagamento eletrônico e operações de logística, dificultando a manutenção de estoques perecíveis e o atendimento ao público. “Cada região teve um grau de impacto diferente, o que torna difícil mensurar o prejuízo exato em todos os bairros”, explicou Ruiz de Gamboa.
Condições do tempo
Nesta quinta-feira, a velocidade média do vento na capital variou entre 20 km/h e 30 km/h, índice inferior aos mais de 98 km/h registrados no dia anterior. Ainda assim, o aeroporto de Congonhas aferiu rajada de 64,8 km/h pela manhã, e a cidade voltou a registrar queda de árvores, algumas sobre veículos.
Relatórios da própria Enel indicam que, mesmo após a redução da intensidade dos ventos, quase 17 % dos clientes da concessionária continuavam sem eletricidade durante o dia. Na quarta-feira, o número de imóveis afetados chegou a ultrapassar 1,5 milhão.
O IEGV/ACSP avalia que a retomada plena das atividades comerciais depende da normalização do serviço de energia, o que permitiria a reabertura completa de lojas de rua, shoppings e centros de distribuição. Sem previsão oficial para o restabelecimento total, a entidade não descarta a possibilidade de novos ajustes na estimativa de perdas caso os problemas persistam.
Com informações de Agência Brasil


