O cinema brasileiro voltou a subir ao palco do Dolby Theatre na noite da cerimônia do Oscar de 2025. “Ainda Estou Aqui”, longa-metragem dirigido por Walter Salles, garantiu a estatueta de Melhor Filme Internacional, coroando uma trajetória que incluiu três indicações e mais de cinco milhões de espectadores nos cinemas nacionais.

Principais vencedores

A produção norte-americana “Anora” foi o grande destaque da edição. O filme levou cinco troféus: Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Direção, Melhor Montagem e Melhor Roteiro Original. A direção e o roteiro são assinados por Sean Baker, que, aos 54 anos, transformou o favoritismo da obra em vitória múltipla.

A atriz Mikey Madison, de 25 anos, recebeu o prêmio de Melhor Atriz pelo desempenho em “Anora”. A intérprete, revelada ao grande público em “Era Uma Vez em… Hollywood”, superou nomes como Demi Moore (“A Substância”) e Fernanda Torres (“Ainda Estou Aqui”), apontadas como fortes candidatas na mesma categoria.

Reconhecimento para “O Brutalista”

Adrien Brody conquistou o segundo Oscar de sua carreira ao ser eleito Melhor Ator por “O Brutalista”, repetindo o feito obtido em 2002 por “O Pianista”. Aos 51 anos, o ator protagonizou um discurso emocionado ao receber a estatueta. O longa ainda venceu nas categorias de Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora Original, totalizando três prêmios entre as dez indicações que acumulava.

Coadjuvantes e roteiros

Zoe Saldaña foi escolhida Melhor Atriz Coadjuvante pelo trabalho em “Emilia Perez”. A produção, que chegou à cerimônia com 13 indicações, também saiu vencedora em Melhor Canção Original graças à faixa “El Mal”.

Entre os roteiros, “Conclave” converteu apenas uma das suas dez indicações: Melhor Roteiro Adaptado, baseado no livro homônimo de Robert Harris, lançado em 2016.

Impacto brasileiro

Mesmo sem alcançar a categoria principal, “Ainda Estou Aqui” fez história ao triunfar em Filme Internacional. O longa, centrado na denúncia dos crimes da ditadura militar brasileira, reforçou a relevância do cinema nacional em meio ao contexto político global. A indicação de Fernanda Torres a Melhor Atriz era considerada plausível, mas o prêmio ficou com Mikey Madison.

Com o reconhecimento, o Brasil volta a ter motivos para comemorar na maior premiação do cinema mundial, fortalecendo a visibilidade da produção cinematográfica nacional e de narrativas que abordam a defesa da democracia.

Com informações de Jornaldaparaiba