Campina Grande (PB) – No mesmo sábado em que Campina Grande celebra 161 anos de emancipação, o Calçadão da Cardoso Vieira, no Centro da cidade, alcança meio século de existência, consolidado como ponto que reúne comércio, cultura e memória.
Inaugurado em 1975, o espaço foi projetado em 1972 pelo arquiteto Renato Azevedo, já falecido, e recebeu o nome original de “Calçadão Jimmy de Oliveira”. Desde então, tornou-se palco cotidiano de encontros e histórias, abrigando personagens marcantes da vida cultural campinense, como o cantor Biliu de Campina (1949-2024) e o músico Biu do Violão (1943-2025).
Evolução urbana
O calçadão passou por três grandes intervenções urbanísticas. Na década de 1980, foi estendido pelas ruas Venâncio Neiva e Maciel Pinheiro. Em 1993, ganhou o formato que permanece até hoje, mantendo elementos como o Edifício Lucas, onde funciona atualmente uma loja do Treze.
Tradição e futebol
A rivalidade local também está presente no nome do espaço: para torcedores do Campinense, conhecidos como raposeiros, o local é Jimmy Oliveira; já os trezeanos, simpatizantes do Treze, preferem chamá-lo de Pedro Correia Lima. Apesar das preferências, o calçadão é visto como ponto de integração, recebendo milhares de pessoas diariamente.
Histórias de quem vive o calçadão
Entre os trabalhadores que ajudam a preservar a memória do lugar está João Batista, hoje chapeiro, que já atuou como engraxate e office-boy. Há também Evani Henriques, empresária que mantém o negócio iniciado pelos avós.
Imagem: Internet
Outro personagem emblemático é Seu Henriques, de 90 anos, proprietário de uma das lanchonetes mais tradicionais do calçadão. O ponto começou como banca de revistas e se transformou na lanchonete que se mantém até hoje. “O calçadão mudou. Antes passavam automóveis. Comercialmente ficou melhor. O segredo é a qualidade e o atendimento. Sou realizado”, afirmou o comerciante.
Ao completar 50 anos, o Calçadão da Cardoso Vieira reafirma seu papel como símbolo de desenvolvimento, convivência e resistência no coração de Campina Grande, que chega aos 161 anos mantendo viva a essência de sua história.
Com informações de g1



