O nível de ocupação da população brasileira de 14 anos ou mais atingiu 53,3% em 2022, apontam dados do Censo divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, o índice estava em 55,5%. Segundo o analista do IBGE João Hallack Neto, o resultado reflete um cenário econômico ainda em recuperação após a pandemia de Covid-19.

Faixa etária

Entre os adolescentes de 14 a 17 anos, 11,1% trabalhavam no momento da coleta das informações. Já na população com 65 anos ou mais, 14,9% ainda exerciam alguma atividade remunerada.

Rendimentos

A renda média mensal do trabalho ficou em R$ 2.851. Mais de um terço dos ocupados (35,3%) recebia até um salário mínimo — R$ 1.212 à época — ligeira melhora em relação aos 36,4% registrados em 2010. A faixa entre um e cinco salários mínimos concentrou 57% dos trabalhadores, ante 54% no censo anterior. Já a participação de quem ganha mais de cinco salários mínimos recuou de 9,6% para 7,6%.

O trabalho respondeu por 75,5% da renda domiciliar, enquanto aposentadorias, pensões, benefícios sociais e aluguéis corresponderam aos demais 24,5%. O nível de escolaridade influenciou os valores: pessoas com ensino superior completo receberam, em média, R$ 5.796, quase R$ 3.500 acima da média de R$ 2.291 para quem concluiu apenas o ensino médio.

Vínculos de trabalho

Empregados somavam 69,2% dos ocupados em 2022, cerca de cinco pontos percentuais abaixo de 2010. Trabalhadores por conta própria subiram para 26,7% (22,4% em 2010) e empregadores passaram de 2,1% para 3,3%.

No universo dos empregados, 56,3% possuíam carteira assinada no setor privado; 18,5% trabalhavam sem registro; e 13,7% eram militares ou estatutários.

Diferenças regionais

As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul superaram a média nacional de ocupação. O Sul registrou o maior percentual: 60,3%. No Norte e no Nordeste, menos da metade da população com idade para trabalhar estava ocupada — 48,4% e 45,6%, respectivamente.

O peso da renda do trabalho no total domiciliar chegou a 80,6% no Centro-Oeste e ficou em 67,9% no Nordeste. Nas demais regiões, o indicador girou em torno de 76%. O ganho médio mensal variou de R$ 2.015 no Nordeste a R$ 3.292 no Centro-Oeste; no Norte foi de R$ 2.238, no Sudeste R$ 3.154 e no Sul R$ 3.190.

Municípios

Em 520 municípios, a remuneração média ficou abaixo de um salário mínimo, enquanto 19 alcançaram valores superiores a quatro salários mínimos. Os dez menores rendimentos estavam no Nordeste, e os dez maiores nas regiões Sul e Sudeste, aponta o IBGE.

Com informações de Agência Brasil