Ariadna Thalia, conhecida no meio criminoso como “Arroto de Urubu”, foi presa na manhã desta sexta-feira (12) em Cabedelo, Região Metropolitana de João Pessoa. Segundo a Polícia Federal, ela comandava o núcleo de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho na Paraíba e é investigada por participação em crimes violentos e por interferir na eleição municipal do município.

A suspeita possuía mandado de prisão em aberto desde a Operação Asfixia, deflagrada no fim de setembro. Na ocasião, foram cumpridos 26 mandados de prisão preventiva, 32 de busca e apreensão e determinado o bloqueio de mais de R$ 125 milhões em bens. Ariadna, entretanto, não foi localizada e passou a ser considerada foragida.

De acordo com a Polícia Civil, ela se refugiou no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, onde continuou coordenando o esquema de lavagem de dinheiro da facção. Depois de retornar à Paraíba, apresentou-se à Polícia Militar nesta sexta (12). Em seguida, foi encaminhada para a sede da Polícia Federal em João Pessoa, onde aguarda audiência de custódia.

Frentes de investigação

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) apura a participação de Ariadna em lavagem de dinheiro e em crimes cometidos com violência. Já a Polícia Federal investiga a suposta influência da facção no pleito de Cabedelo. Entre os delitos em apuração estão: constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir eleitores, ameaça, peculato e lavagem de capitais.

Estrutura do Comando Vermelho na Paraíba

Conforme a Draco, a facção se divide em três níveis: comando geral, célula financeira e setor operacional. Ariadna assumiu a chefia financeira após a morte do contador da organização. O grupo utiliza empresas fantasmas e companhias de fachada para movimentar valores milionários sem respaldo em capacidade econômica declarada. O líder máximo, Flávio de Lima Monteiro, o “Fatoka”, continua foragido e integra a lista de mais procurados do estado.

Sequestro e espancamento de adolescentes

As autoridades também relacionam Ariadna ao sequestro e espancamento de quatro adolescentes ocorrido em 28 de outubro, em Cabedelo. Segundo a tenente-coronel Viviane Vieira, da Polícia Militar, os jovens viajaram de trem de Santa Rita até o dique da cidade para apreciar o pôr do sol. Por estarem em área dominada por facção rival, foram abordados, levados a um imóvel e agredidos a mando da suspeita. Um deles sofreu ferimentos causados por pregos nas costas e precisou de atendimento no Hospital de Trauma de João Pessoa. Os agressores roubaram os celulares das vítimas; a PM localizou o imóvel e identificou um dos envolvidos.

Enquanto aguarda a audiência de custódia, Ariadna permanece à disposição da Justiça na sede da Polícia Federal. A investigação segue em curso para apontar outros participantes do esquema financeiro e dos crimes violentos atribuídos à facção.

Com informações de Jornaldaparaiba